Como capitalizar uma empresa?

Quando se fala em capitalizar uma empresa, tem-se em mente uma injecção de capital (dinheiro) numa empresa que lhe permite aumentar o seu capital social, isto é, quanto dinheiro é que se põe a mais sobre o investimento inicial que os fundadores e/ou accionistas de uma empresa investiram aquando da constituição da entidade empresarial.

Numa economia descapitalizada como é a economia portuguesa, as empresas que compõem o tecido empresarial português podem ter dificuldades no acesso ao financiamento externo de forma a angariarem capital para levarem a bom porto as suas estratégias de crescimento. Além disso, a grande maioria das empresas nacionais são pequenas e médias empresas e que, muitas vezes, necessitam de injeções de capital para continuarem a competir no mercado. Por estas razões, saber em que consiste a capitalização de uma empresa, assim como perceber as diferentes estratégias tendentes à sua concretização, assume uma importância impar.

Capitalizar uma empresa significa, de forma simplista, angariar capital. Por outras palavras, quando se fala em capitalizar uma empresa, tem-se em mente uma injecção de capital (dinheiro) numa empresa que lhe permite aumentar o seu capital social, isto é, quanto dinheiro é que se põe a mais sobre o investimento inicial que os fundadores e/ou accionistas de uma empresa investiram aquando da constituição da entidade empresarial. É isto mesmo que nos diz o Banco BIG, na sua página da internet, ao explicar que “quando falamos em capitalizar uma empresa, estamos basicamente a falar do aumento do seu capita social”.

As necessidades de capital dependem de empresa para a empresa, da sua situação financeira e das suas estratégias de longo-prazo, não havendo, aqui, uma regra universal.

No entanto, regra geral, existem alguns rácios financeiros e de gestão que ajudam a descobrir sintomas de uma ‘anemia financeira’ de uma empresa em determinado momento. Por exemplo, no curto-prazo, os rácios de liquidez podem apontar para uma empresa ter dificuldades em pagar dívidas do curto-prazo, podendo tornar-se insolvente. Dito de outra forma, a empresa que está em risco de não conseguir fazer face às suas despesas correntes é uma empresa à beira da insolvência. Nesta situação, a empresa teria todo o interesse em angariar capital para conseguir fazer face às despesas de curto-prazo. Já no longo-prazo, as necessidades de aumento de capital de uma empresa podem ter por finalidade a expansão da operação, por exemplo, conquistar novas geografias, ou a incrementar uma atividade da empresa, por exemplo, aumentar a área de Pesquisa & Desenvolvimento.

Seja qual for o caso de determinada empresa, a equipa de gestão pode, grosso modo, recorrer a dois tipos de instrumentos para aumentar o capital social. Em qualquer dos casos, haverá sempre pontos a favor e pontos contra pelo que é imperativo fazer uma análise criteriosa antes de tomar uma decisão final sobre a estratégia de capitalização.

Por um lado, a gestão da empresa pode decidir recorrer à banca para obter financiamento – a isto se dá o nome de financiar uma empresa com dívida. Dito de outra forma, uma empresa pode capitalizar-se através de empréstimos bancários, mediante o pagamento de uma taxa de juro à banca durante um período de tempo previamente acordado entre as entidades contratantes. Mas, ao invés de recorrer à banca para obter um empréstimo, uma empresa pode emitir obrigações no mercado. Em Portugal, é comum as equipas de futebol emitirem obrigações mediante as quais os clubes obtêm financiamento junto dos obrigacionistas que compraram estes títulos e que receberão, no final do período previamente acordado, o capital que investiram acrescido de uma taxa de juro.

A favor desta estratégia de capitalização de uma empresa, como explica o Banco BIG, está o facto de a empresa manter não ceder o controlo, a menos que ao empréstimo bancário seja dado um colateral, por exemplo, uma hipoteca, que será executado em caso de default do empréstimo. Além disso, “o pagamento de juros associados [aos empréstimos] é fiscalmente dedutível”, explica aquele banco. Em contraponto, surgem as ‘contrapartidas’ que podem levar a gestão de uma empresa em não optar por esta via de capitalização: “o esforço do serviço da dívida pode colocar em causa a rentabilidade da empresa, assim como a sua capacidade de investimento, afetando a sua competitividade e capacidade de resiliência perante ciclos económicos desfavoráveis”.

Por outro lado, a gestão empresarial pode decidir por “levantar capital”, isto é, private equity. Nesta situação, a empresa procura investidores financeiros que entram numa empresa durante determinado tempo para ‘dar a volta à situação’ financeira da empresa e, geralmente, são investidores que querem obter resultados (e retornos). O Banco BIG volta a explicar como é que se pode “levantar capital”: “o capital angaria-se através da emissão de ações e da sua disponibilização a investidores externos (ou não)”.

De positivo, private equity não traz a necessidade de restituição do capital angariado. Por exemplo, pense-se numa empresa que entrou em bolsa – a chamada IPO (da sigla em inglês, Initial Public Offering) ou oferta pública inicial, em português. Outro ponto positivo consiste no facto de que, muitas vezes, estes investidores são pessoas experientes e com know-how financeiro que pode ajudar a empresa a levar os seus planos a bom porto. Pense-se, por exemplo, nos pitches que se faz no famoso programa Shark Tank – não é nada mais do que empreendedores que vendem uma parte da participação da empresa aos tubarões em troca de capital e da sua experiência e rede de contactos. Em sentido negativo, private equity também equivale a abdicar um pouco do controlo da empresa e dos lucros.

 

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