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Como fazer uma máscara? UMinho posiciona-se no mercado “EPI”

A Universidade do Minho tem uma palavra a dizer no mercado dos Equipamentos de Proteção Individual. O lançamento de um manual grátis faz uso da expertise da Escola de Engenharia, muito solicitada pelas empresas.
7 Maio 2020, 14h21

Em resposta às solicitações que lhe chegam da sociedade civil, a Plataforma Fibrenamics da Universidade do Minho está a lançar uma coleção de manuais digitais gratuitos que ensinam a fabricar máscaras, luvas, batas, aventais, toucas e cogulas. No fundo, resume-se a isto: ajudar a fazer e com os materiais indicados, de forma a garantir a fiabilidade dos equipamentos.

Com esta coleção de ebook, a Universidade pretendeu  clarificar e agrupar informação sobre a forma correta de construção e utilização dos equipamentos de proteção, mas também orientar quem queira entrar neste mercado.

“Muitas empresas perceberam que na UMinho há fortes competências na área”, revela Raul Fangueiro, coordenador da Fibrenamics e professor da Escola de Engenharia, acrescentando que a academia tem sido contactada para desenvolver soluções inovadoras em conjunto.

A pandemia da Covid-19 veio impulsionar de forma  exponencial o crescimento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Segundo estimativas da “Fortune Business Insights”, o mercado dos EPI deverá atingir 78 mil milhões de euros em 2026, com a Europa a seguir a líder América do Norte.

Nesta fase de “vale tudo”, dada a escassez e a necessidade”, há fabricantes a colocar produtos de qualidade inferior para rentabilizar o momento, mas há também quem quem pense no longo prazo, como luvas de nitrilo biodegradáveis, que são facilmente descartáveis e reduzem o impacto ambiental, salienta Raul Fangueiro.

 

“B” à “BÁ” dos MANUAIS

 

Os manuais da UMinho estão disponíveis online. Neles, os equipamentos são descritos em função dos materiais, agentes de risco e processos envolvidos na sua confeção e certificação. Seguem-se alguns exemplos:

Máscaras. Há-as de três níveis: baixa, média e elevada proteção. As máscaras sociais usadas pelos cidadãos são as que têm mais baixa proteção, mas suficiente se usadas como deve ser. As de média proteção destinam-se a pessoas que na sua atividade desenvolvem contacto direto com outras pessoas, caso de polícias, bombeiros ou comerciantes. Já as  máscaras de elevada proteção são usadas por profissionais de saúde.

Batas. Destinam-se a utilização cirúrgica e são de uso único ou múltiplo. Em ambos casos requerem elasticidade, biocompatibilidade, resistência, além de serem hipoalergénicas, não tóxicas e fáceis de vestir/despir.

Toucas e cogulas. Para as reutilizáveis, os materiais de eleição são misturas de algodão e poliéster. Para as descartáveis sugere-se a confeção por ultrassons com não-tecidos, em formato fino e flexível.

Luvas. Podem ser de látex, borracha sintética, vinil, neopreno e nitrilo. Para a sua validação mede-se aspetos como resistência a degaste, corte, rasgo, perfuração, radiação e o perfil ergonómico – por exemplo, o látex natural é ideal para a luva cirúrgica e de exame, permitindo excelente sensação e ajuste, mas pode provocar alergia.

 

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