Não se trata apenas do desafio do volume de dados, mas essencialmente da velocidade com que estes são produzidos e têm de circular. Para as administrações e as equipas financeiras, esta nova realidade traduz-se na expectativa de que:

– Produzam e entreguem informação com prazos cada vez mais apertados
– Utilizem analytics no tratamento de informação, extraindo insights de negócio relevantes, com elevada qualidade e precisão e com uma componente prospetiva
– Assegurem a proteção desses dados, já que o custo regulatório e reputacional de uma violação é um risco significativo
O impacto da tecnologia foi objeto do estudo da EY “How can reporting catch up with an accelerating world?”, que auscultou cerca de 1000 CFOs ou diretores financeiros de grandes empresas a nível global. O estudo conclui que o maior desafio externo para o relato financeiro é “a mudança tecnológica”.
Observa-se que em muitas empresas, os sistemas de informação e as ferramentas disponíveis não dão resposta à necessidade de extrair informação relevante para o relato financeiro. Os desafios identificados incluem sistemas de TI que não comunicam entre si, a falta de automatização e a proliferação de múltiplas tecnologias, que acabam por resultar muitas vezes na introdução de processos manuais como forma de lidar com as exigências regulatórias mais recentes.
O aumento da automação e da utilização de dispositivos inteligentes integrados, gerando maiores volumes de dados, colocam ainda mais pressão nos sistemas, obrigando os CFOs a preparar melhor os impactos da Indústria 4.0.
A transformação do modelo operacional proporciona uma oportunidade para eliminar processos redundantes, agilizar tarefas críticas, obter consistência global e automatizar mais atividades. A aplicação dos mesmos princípios a tarefas de back-office e ao relato financeiro vai resultar na redução de um grande número de postos de trabalho a tempo integral nessas funções. Daqui resulta que os profissionais da área financeira terão de se concentrar noutro tipo de tarefas e de possuir outro tipo de competências, demonstrando ser capazes de lidar com novas tecnologias e com um ambiente de inovação permanente.
Assim, a função financeira que suporta todo o relato financeiro será mais flexível, inteligente, altamente automatizada, ágil e cada vez mais voltada para o futuro, tendo de ser capaz de dar resposta praticamente em tempo real às diferentes necessidades dos stakeholders, num mundo que continuará a aumentar a sua velocidade.