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Como poupar no crédito pessoal

Renegociar o crédito ou transferi-lo para outra instituição financeira pode ser a chave para poupar. A consolidação dos vários créditos do agregado também permite poupanças de monta.
31 Outubro 2017, 12h43

Desde 2013 que o Banco de Portugal impôs tetos máximos às taxas de juro praticadas pelas instituições financeiras no crédito pessoal. Esses tetos máximos correspondem às TAEG médias praticadas pelas entidades financeiras para cada tipo de crédito no trimestre anterior, acrescidas de 25%, sendo que nenhuma taxa poderá ultrapassar em 50% a TAEG média de todos os contratos de financiamento do trimestre anterior, média que inclui cartões de crédito, crédito pessoal, crédito automóvel e outros. Esta imposição resultou num decréscimo agregado do “custo do dinheiro” em 48% ao longo dos últimos quatro anos.
Desta feita, a renegociação ou a transferência do seu crédito pessoal pode ser o caminho a seguir para conseguir poupar consideravelmente, atendendo à descida acentuada das taxas de juro, asseguram os especialistas do comparaja.pt.

No entanto, antes de iniciar o processo de renegociação ou transferência, há que ter em conta a sua taxa de esforço, isto é, a percentagem dos rendimentos mensais utilizada para pagar os empréstimos. O seu valor deverá, preferencialmente, situar-se entre 30% e 35% das despesas fixas, diminuindo assim consideravelmente os riscos de incumprimento no futuro.

Durante o processo negocial, pode tentar diminuir o spread aplicado ao seu empréstimo, mas também, caso tenha havido alguma mudança na capacidade financeira, é possível ajustar o prazo de pagamento ou até pedir um diferimento de capital (pagando uma percentagem da dívida na última prestação). Não se esqueça de que, ao considerar a transferência de crédito para outra entidade bancária, existem alguns custos, como o pagamento antecipado do crédito anterior e abertura de processo na nova instituição financiadora, pelo que é crucial fazer as contas. Por vezes, os custos da transferência podem ser mais elevados do que a potencial poupança.

Antes de subscrever qualquer contrato, não deixe de realizar uma pesquisa e comparação atenta do mercado, uma vez que a discrepância que existe no custo final de um crédito pessoal entre as várias instituições presentes em Portugal chega a ser superior a 20%. Por exemplo, num crédito pessoal de 10 mil euros, a ser pago em 84 meses, existem famílias que pagam mais de 2 mil euros extra no final do contrato apenas por terem optado por soluções pouco competitivas, quer como fruto do desconhecimento, quer por falta de aconselhamento.

Consolidação de créditos permite reduzir esforço mensal até 60%
Mais do que contrair novos empréstimos, são muitas as pessoas que procuram refinanciar os seus créditos anteriores a custos mais reduzidos, adianta o comparaja.pt, referindo que quatro em cada dez simulações realizadas no comparador gratuito de crédito pessoal do seu site são, efetivamente, referentes à consolidação de créditos.

Para os agregados, aglomerar todos os créditos num só permite reduzir os encargos mensais e ainda diminuir as taxas de juro. No crédito consolidado, as taxas de juro estão entre os 11% e os 14%, enquanto alguns cartões de crédito mais antigos têm taxas de juro que chegam a estar acima dos 20%. O crédito consolidado pode ser com a hipoteca do imóvel, que ocorrem com a agregação do crédito à habitação. Com esta consolidação, é possível que as famílias estendam o prazo do financiamento para o mesmo tempo disponível do crédito à habitação (que, em média, dura 30 anos). Além disso, é possível ter a vantagem de ficar com taxas de juro semelhantes às praticadas no financiamento para a compra do imóvel. Esta situação só é possível porque a habitação é dada como garantia.

Caso o crédito consolidado seja sem hipoteca, também é possível juntar todos os empréstimos em apenas um. Aqui os prazos podem ir até aos 10 anos e valores a consolidar até aos 50 mil euros. Esta solução, uma vez mais, permite pagar os empréstimos numa única prestação e alargar o prazo de pagamentos de forma a não pressionar a taxa de esforço das famílias. Com uma prestação inferior a pagar todos os meses, os agregados familiares encontram nesta solução uma hipótese de recuperação da sua situação financeira.

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