[weglot_switcher]

Como as universidades e politécnicos estão a tentar conter o coronavírus

Os estabelecimentos têm planos de contingência e estão a trabalhar em articulação com as autoridades de Saúde. A precaução tem ditado o encerramento de portas ao mínimo sinal de infeção.
10 Março 2020, 10h55

Universidades e politécnicos estão a responder com precaução à epidemia do coronavírus. Ao mínimo sinal de que alguém na comunidade escolar em questão foi infetado pelo Covid-19, a decisão foi sempre tentar cortar o mal pela raíz, encerrando escolas por inteiro.

Esta segunda-feira foram suspensas as atividades letivas em todas as faculdades de medicina e instituições de saúde, seguindo recomendações do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas. A Nova Medical School, faculdade de medicina da Universidade Nova de Lisboa, é uma dessas escolas. “Foram suspensas as atividades académicas de todos os ciclos e reduzidas as atividades de investigação”, afirmou ao Jornal Económico fonte da instituição.

Não há previsão de regresso à normalidade, estando a Nova Medical School a acompanhar o evoluir da situação. “Adaptaremos as medidas de contingência sempre que se justifique”, adiantou a mesma fonte, referindo que a decisão foi tomada tendo em conta “a atual situação nacional de combate ao coronavírus, a política de contingência da Universidade Nova de Lisboa e após reunião do Conselho Nacional das Escolas Médicas”.

A Universidade Nova de Lisboa é integrada por nove unidades orgânicas – além da Nova Medical School são: Faculdade de Ciências Humanas, Faculdade de Ciência e Tecnologia, ITQB em Oeiras, Nova SBE, Nova IMS, Escola Nacional de Saúde Pública, Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Faculdade de Direito – tendo cada uma delas desenhado um plano de contingência de acordo com as suas especificidades, adiantou a mesma fonte.

Plano de contingência também existe na Universidade do Porto, que com as suas 14 instituições, é a maior universidade do Norte do país. O plano foi elaborado por uma task force que envolve especialistas da Universidade, autoridades de Saúde regionais e representantes dos estudantes e segue as orientações gerais do Ministério de Saúde.

“Basicamente são medidas de como proceder em várias situações. Por exemplo, se surgir um caso suspeito, tanto as faculdades como a Reitoria têm uma área de isolamento onde é feito o despiste e daí encaminhado em articulação com as autoridades de saúde”, explicou ao Jornal Económico fonte da U.Porto.

Nesta universidade foi, este domingo à noite, decretado o encerramento da Faculdade de Farmácia, depois de um aluno ter sido identificado com Covid-19. O mesmo se aplicou ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, que partilha o mesmo edifício. “As aulas estão suspensas em todos os ciclos de estudo até dia 20 de março”, adiantou a mesma fonte.

Na região do Porto, que, neste momento, continua a ser a mais afetada pela epidemia, há a registar também o encerramento por tempo indeterminado de “todas as instalações onde decorrem aulas” da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico do Porto. A medida aplica-se também aos pólos de Amarante e Penafiel. A Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), onde surgiu um dos primeiros casos de Covid-19, o de um professor de música que esteve em Bérgamo, Itália, integra o Politécnico do Porto.

A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), que gere o Instituto Universitário de Ciências da Saúde, em Gandra, distrito do Porto, e o Instituto Politécnico de Saúde do Norte, que integra a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão, e a Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, também em Gandra, suspendeu igualmente as aulas nos seus estabelecimentos. O encerramento foi decidido como medida preventiva. Apesar de não ter nenhum caso positivo entre a sua comunidade, a instituição justifica: “É a decisão que melhor protege todos os alunos, docentes, funcionários, suas famílias e a população em geral”.

Mais a Norte, na Universidade do Minho, a opção também foi encerrar o campus de Braga mal foi confirmado o primeiro caso de Covid 19. A decisão foi tomada domingo e esta segunda-feira, Rui Vieira de Castro, o reitor justificou a decisão: “Procedemos ao encerramento do edifício de Instituto de Ciências Sociais, mas quisemos ir mais longe do que isso e, porque a vida no nosso campus obriga os estudantes a circularem por vários edifícios, encerrámos os complexos pedagógicos”.

Igualmente encerrados “por tempo indeterminado” foram a cantina e as instalações desportivas. Aos estudantes da residência de Santa Tecla e da residência Carlos Lloyd Braga foi aconselhado o regresso temporário às suas casas, desde que “minimizando os contatos interpessoais e respeitando as recomendações da Direção Geral de Saúde”. Aos que fiquem foi recomendada que entrem em quarentena.

De fora das medidas está o segundo campus da UMinho em Guimarães.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.