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Compal vai crescer em 2018, mas sem contar com Angola

“No entanto, estamos a assistir a sinais de alguma estabilização da economia. O primeiro semestre será ainda menos positivo, mas temos esperança de que em Angola consigamos vir a melhorar o desempenho comercial no tempo”, adiantou Duarte Pinto, em declarações hoje prestadas aos jornalistas.
28 Maio 2018, 15h08

O volume de negócios da Sumol+Compal vai crescer em 2018, mas excetuando a atividade da empresa no mercado angolano.

Em declarações à comunicação social após a apresentação da ‘Summo’, a nova gama de sumos da Compal, Duarte Pinto, CEO da empresa, reconheceu dificuldades no negócio em Angola. “Sobre a evolução do negócio em Angola, sabemos que que a situação é instável, no sentido de uma das principais dificuldades do mercado, que é o acesso a divisas continua difícil e é um dos factores que mais condicionam a economia angolana”, afirmou.

“No entanto, estamos a assistir a sinais de alguma estabilização da economia. O primeiro semestre será ainda menos positivo, mas temos esperança de que em Angola consigamos vir a melhorar o desempenho comercial no tempo”, disse.

O CEO da Sumol+Compal revelou ainda sobre Angola que “a situação é agora menos grave do que aquela que existia até 2017”, mas ainda há incertezas quanto ao futuro.

“Em relação a 2017, neste ano, a maior incerteza sobre a nossa actividade reside sobre o desenvolvimento do negócio em Angola. Os sinais são hoje mais positivos do que eram há uns tempos atrás. Mas uma coisa é a estabilização, outra coisa é a retoma”, observou aquele responsável.

Excetuando Angola, “a nossa expectativa é de crescimento dos nossos negócios na vertente internacional durante este ano”, revelou Duarte Pinto.

Recorde-se que a Sumol+Compal fechou o ano passado com uma faturação de 356,1 milhões de euros.

A vertente exportadora da empresa, incluindo o mercado angolano, já representa entre 30% e 35% da facturação da Sumol+Compal.

As perspetivas de crescimento da Sumol+Compal para o presente exercício centram-se, assim, no mercado interno, nos mercados europeus e em Moçambique.

“Moçambique está a correr muito bem. Vai ser um bom ano em Moçambique”, assegurou Duarte Pinto.

Quanto ao mercado interno, a nova gama ‘Summo’ vai ajudar a incrementar as vendas da empresa, admitiu o CEO da Sumol+Compal.

“Esta marca que estamos a lançar a ‘Summo’, que aposta na inovação, é dirigida ao mercado português e europeu. Tenta aproximar a natureza aos sumos e pensamos que vai ser uma gama de futuro da Compal. Vai ser uma gama mais cara, que vai ter um posicionamento mais ‘premium’”, explicou Duarte Pinto.

Questionado sobre os mercados internacionais em que esta marca vai ser testada, o CEO da Sumol+Compal defendeu que “o que é bom é que corra bem em Portugal, como mercado de demonstração, como ‘show room’ para outros potenciais mercados”.

Duarte Pinto confidenciou que, além de Portugal, a ‘Summo’ pode vir a ser comercializada nos mercados europeus ou nos Estados Unidos, estando, para já, afastada, a entrada desta nova gama de sumos nos mercados africanos.

“Pelo seu posicionamento, têm de ser mercados com mais poder de compra e em que os consumidores tenham mais atenção às questões relacionadas com a saúde. Esta é a gama dos sumos de amanhã. Com esta marca, garantimos que a gama Compal está mais completa, preenche as necessidades de todos os consumidores, com um novo perfil de bebida e resultando numa gama mais forte. É para garantir dar resposta a uma preocupação de maior naturalidade dos alimentos, de alimentos mais saudáveis”, salientou o CEO da Sumol+Compal.

A ‘Summo’ é uma nova gama de sumos da Compal, 100% sumo, de fruta espremida, sem concentrados, água, conservantes, corantes, açúcar ou outros elementos.

Após dois anos de testes, a empresa colocou no mercado quatro opções – laranja, pêssego, pera e frutos vermelhos, que a empresa diz serem os preferidos pelos portugueses – em novas embalagens, seja em garrafas de 200 mililitros ou em pacotes de 750 mililitros.

No final da cerimónia de apresentação da ‘Summo’, que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, o CEO da Sumol+Compal disse não temer novas taxas ou impostos sobre produtos alimentares.

“A nossa expectativa é que tal não aconteça, que não sejamos descriminados negativamente. A Compal tem vindo a reformular e reestruturar os seus produtos no sentido dos objetivos da política de alimentação saudável defendida por este Governo”, sublinhou Duarte Pinto.

A Sumol+Compal deverá sair de bolsa nas próximas semanas, decisão que o CEO da empresa explicou com o “‘free float’ muito reduzido”.

“Só cerca de 3% a 5% das nossas acções é que circulavam. A empresa ou dispersava capital para se financiar ou saía de bolsa. Como tem outras formas de se financiar sem ser em bolsa, manter-se em bolsa não fazia sentido”, assumiu Duarte Pinto.

 

 

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