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Compensa instalar painéis solares? Fizemos as contas

Com o preço da eletricidade em níveis históricos, os painéis solares são cada vez mais uma solução a ter em conta. Descubra se compensam para o seu caso.
3 Junho 2022, 09h45

As subidas dos preços da energia e a diminuição dos custos dos painéis solares estão a levar muitos consumidores a ponderar a instalação de um destes sistemas. Afinal, o que são exatamente, quanto custam e acima de tudo, será que compensam? Descubra neste artigo realizado pelo ComparaJá.

O que são painéis solares e como funcionam?

De forma resumida, os painéis solares convertem a luz solar em eletricidade, que pode depois ser utilizada nas mais variadas atividades do dia-a-dia.

A energia libertada por estes painéis tem várias finalidades: pode ser consumida logo quando é gerada, armazenada para mais tarde em baterias ou, finalmente, vendida à rede para consumo de outros. A quantidade de eletricidade gerada depende, essencialmente, da intensidade da luz, o que varia consoante o dia e as estações do ano.

Que tipos de painéis existem?

Existem dois tipos principais de painéis solares: térmicos e fotovoltaicos.

Enquanto os primeiros servem para usos pontuais, como aquecer a água, os segundos destinam-se à produção de energia com maior intensidade. Esta última opção serve normalmente para autoconsumo ou como fonte de rendimento para quem se torna produtor e vende a energia à rede.

Se for para autoconsumo, os painéis solares fotovoltaicos são considerados Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) ou, por outras palavras, equipamentos que abastecem a instalação de casa. Nestes casos, se houver produção excecional, os excedentes podem ser vendidos à Rede Elétrica De Serviço Público (RESP).

No entanto, se o seu único objetivo for vender eletricidade à rede, os painéis solares já configuram uma Unidade de Pequena Produção (UPP). Se está a pensar enveredar por este caminho, atenção porque há regras a cumprir.

Os painéis devem ter uma potência igual ou inferior a 250kW e toda a energia produzida deve integrar RESP. Caso pretenda consumir a própria energia produzida e também vender o excedente da produção, deve inscrever-se no regime de autoconsumo.

Em resumo, enquanto as UPAC são opção mais indicada para abastecer a casa para as necessidades do dia-a-dia, estabelecer-se como UPP é o caminho seguido para obter uma fonte de rendimento adicional.

Quais as vantagens e desvantagens?

A vantagem mais óbvia dos painéis solares é a redução da fatura de eletricidade que, dependendo de vários fatores, pode ultrapassar os 30%, uma vez que irá gerar eletricidade de modo gratuito durante o dia.

Por outro lado, são uma opção amiga do ambiente, capaz de gerar eletricidade limpa e renovável. Há ainda uma outra vantagem muitas vezes esquecida: os painéis solares aumentam o valor da sua casa no mercado, uma vez que é um extra cada vez mais procurado.

No entanto, há desvantagens a considerar, sendo a principal o investimento inicial necessário. A compra e instalação de um conjunto de painéis solares pode representar um custo avultado, mas que se paga em alguns anos e para o qual já existem soluções de financiamento específicas.

Outra desvantagem óbvia é que os painéis solares só produzem eletricidade durante o dia, e só atingem a capacidade máxima com sol e céu aberto. Como consequência, nos meses de inverno em que o consumo energético tende a ser superior, a produção estará em valores mínimos.

Há um último fator que, dependendo de cada caso, pode ou não ser uma desvantagem: a orientação do telhado. Seja numa moradia ou num prédio, terá de garantir que os seus painéis não ficarão à sombra.

Todos estes fatores são determinantes para aferir os custos e benefícios de instalar painéis solares.

Quanto custam e quanto poupam os painéis solares?

O primeiro fator para determinar a relação custo benefício de investir em painéis solares é o seu consumo médio mensal. Esta variável vai determinar a potência do equipamento e o seu custo, bem como a redução na fatura no final do mês.

Para além disso, é preciso avaliar a área a cobrir, a orientação e inclinação do painel, a temperatura e até a sua localização. Tudo isto vai influenciar a capacidade de produção do painel solar. Para além disso, deve ainda considerar o custo de instalação, que pode ou não estar incluído no pacote.

Caso prático:

A título de exemplo, imagine que vive numa moradia de tipologia T3 com um consumo médio de 100 euros por mês em eletricidade. Neste caso, um sistema fotovoltaico de 2.500 euros traria uma poupança aproximada de 35 euros por mês, equivalente a um retorno de 6 anos.

Por norma, os painéis fotovoltaicos têm 25 anos de tempo de vida, sendo que a sua manutenção é mínima. Ou seja, neste cenário, teria 19 anos de poupança, ou 7.980 euros, face à opção de não ter mudado.

Para conseguir o melhor preço, é importante comparar fornecedores para perceber qual é o mais vantajoso. A EDP, GoldEnergy e Galp são alguns dos principais comercializadores neste setor e todos têm propostas de equipamentos diferentes.

Para fazer frente ao investimento inicial, tem várias opções à disposição. A primeira é financiar a instalação dos painéis solares com um crédito. As instituições financeiras permitem prazos máximos flexíveis para o crédito especializado para energias renováveis. Este tipo de empréstimo tem outras vantagens para os consumidores, como taxas de juro baixas e financiamentos até 100% do valor da fatura.

Há ainda uma outra opção, com a qual pode reaver a maioria do investimento. Através do Fundo Ambiental, ao adquirir equipamentos de produção de energia renovável pode candidatar-se a uma devolução de até 85% do valor dos painéis solares. Este é um incentivo do Estado para tornar as casas mais sustentáveis e as candidaturas estão abertas na página do fundo.

Será que compensa instalar painéis solares?

Cada caso é um caso. O consumo energético, a localização, a exposição solar da casa, são vários os fatores que vão determinar a produção e o custo do sistema.

É um facto que um painel solar é um equipamento de alto custo, sobretudo se o comparamos com a maioria das despesas do nosso quotidiano. No entanto, tendo em conta que têm cerca de 25 anos de vida útil, que representam poupanças significativas e que estão cada vez mais baratos, é possível concluir que compensam a longo prazo.

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