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Comprar o Popular ou outro banco português? CaixaBank prefere focar-se no BPI

Conselheiro-delegado do CaixaBank negou por completo que o banco catalão se prepare para participar em novas operações nos próximos meses. Foco passa por integrar o BPI.
  • Gustau Nacarino/Reuters
28 Abril 2017, 17h45

A imprensa económica espanhola tem especulado nos últimos dias sobre a próxima operação do CaixaBank e se o banco catalão pode optar por comprar o Banco Popular ou mesmo o Deutsche Bank. Gonzalo Gortázar, conselheiro-delegado do CaixaBank fez questão de acabar com todas as dúvidas em declarações à imprensa espanhola e de realçar que todas as atenções do banco catalão passam sobretudo pela integração do BPI.

Questionado sobre possíveis operações como a aquisição do Banco Popular, o negócios retalhista em Espanha do Deutsche Bank ou outros bancos portugueses: “Sem citar nomes, não temos nenhuma operação corporativa neste momento e não prevejo que existam operações num futuro próximo”, e acrescentou que o BPI também pode crescer sem necessidade de fazer nenhuma operação corporativa.

“Estamos centrados numa enorme operação que foi fechada há dois meses: o BPI, banco que o CaixaBank controla com uma percentagem de 84,5%”, garantiu Gonzalo Gortázar, conselheiro-delegado do CaixaBank.

CaixaBank quer BPI à sua imagem

O presidente executivo do CaixaBank quer que o BPI tenha a mesma trajetória de crescimento que o banco espanhol teve em Espanha, tornando-se na primeira entidade bancária portuguesa nos próximos anos.

Na apresentação que fez esta manhã em Barcelona dos resultados do primeiro trimestre do CaixaBank, Gonzalo Gortázar afirmou que o atual plano de 100 dias que está a ser implementado no BPI está em “muito bom caminho” e “no futuro haverá uma aceleração quase permanente” no crescimento do banco português.

“Tenho o ‘feeling’ que vamos cumprir as sinergias anunciadas e conseguir que o BPI possa ter o mesmo tipo de evolução” que o CaixaBank teve em Espanha, tornando-se no primeiro banco português, afirmou Gortázar.

Por outro lado, o presidente executivo do CaixaBank afastou a possibilidade de uma mudança de nome do BPI nos próximos anos.

“Temos mais de 100 iniciativas em marcha e não há nenhuma que esteja a estudar uma mudança de nome. Portanto, não prevejo uma mudança de nome”, assegurou Gonzalo Gortázar, insistindo que “a prioridade neste momento é reforçar a rentabilidade e a eficiência do BPI”.

O responsável do banco espanhol voltou a referir que estão previstas despesas de 150 milhões de euros para “melhorar a eficiência e reestruturação” do BPI e, como isso vai ter um impacto nos resultados da empresa, “ainda é cedo para falar numa política sustentada de dividendos para o banco”.

Gonzalo Gortázar voltou a defender que o BPI tenha um “crescimento orgânico”, não estando previsto que cresça através da aquisição de outras entidades.

O CaixaBank teve lucros de 403 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, um crescimento de 47,9% em relação ao mesmo período de 2016, quando ainda não tinha integrado contabilisticamente o BPI.

Em informação dada hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o CaixaBank salienta que estes resultados, que incluem um aumento de 11% dos créditos e dos recursos, foram conseguidos “depois de integrar o BPI”.

Em fevereiro, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na oferta pública de aquisição, tendo ficado nas mãos de outros acionistas 15,49% do capital.

Dos resultados globais, 353 milhões de euros correspondem à atividade do CaixaBank (30% mais do que no exercício anterior), enquanto 50 milhões foram trazidos pelo BPI, informa o banco espanhol.

Por outro lado, a integração do BPI produziu um resultado extraordinário de 155 milhões de euros, mas como a reestruturação em curso no banco português nos próximos meses terá um custo aproximado de 155 milhões de euros, o impacto global da operação será neutro.

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