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Comunicações. Tráfego de voz cresce 13,2% e acesso à internet em banda larga móvel sobe 25,6%

Dados da Anacom indicam que a pandemia da Covid-19 continuou a impulsionar o aumento do tráfego de voz e de Internet móvel no terceiro trimestre.
3 Dezembro 2020, 11h01

As alterações dos padrões de consumo nas comunicações móveis, decorrentes da pandemia da Covid-19, estão a consolidar-se. No terceiro trimestre de 2020, o tráfego de voz cresceu 13,2%, face ao mesmo período de 2019, e o tráfego de acesso à internet em banda larga móvel disparou 25,6%, em termos homólogos, segundo dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Entre julho e setembro, os portugueses gastaram mais tempo em chamadas de telemóvel. Em média, cada português utilizou 236 minutos por mês em chamadas , mais 31 minutos, o que se traduz num aumento de 15,4% em termos homólogos de 2019.

“Estima-se que o impacto específico da pandemia tenha provocado um aumento de 6,9% do tráfego médio por acesso. A duração média das chamadas foi de 183 segundos por chamada, mais 24 segundos (+14,8%) que em igual período do ano anterior”, aponta a Anacom.

O regulador liderado por João Cadete de Matos indica que o aumento do tráfego de voz foi sustentado pelo aumento do tráfego off-net (18,3%) e on-net (11,9%). “Registaram-se igualmente aumentos significativos no tráfego móvel-fixo (+22%), e com destino a números curtos e não geográficos (18,3%). O tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 30,7% face a igual período do ano anterior, influenciado pelos efeitos da pandemia”, detalha a Anacom.

Relativamente à internet móvel, o regulador diz que “o crescimento verificado [25,6%] é explicado pelo aumento da intensidade de utilização do serviço”.

Em termos homólogos, o tráfego médio mensal no acesso à internet móvel por utilizador ativo cresceu 25,1%. Desta forma, cada utilizador de banda larga móvel consumiu, em média, 5,3 GB por mês, no terceiro trimestre do ano.

“O tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router atingiu os 23,6 GB (+40,1%). O efeito sazonal associado ao verão e, adicionalmente, o eventual impacto da Covid-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no segundo trimestre, contribuíram igualmente para a evolução ocorrida, especialmente no caso das ofertas suportadas em PC/tablet/pen/router”, detalha a Anacom.

No final de setembro, a penetração do serviço móvel ascendia a 165,7 por 100 habitantes. Mas, excluindo os acessos machine-to-machine, a taxa de penetração em Portugal seria de 119,4. Excluindo os acessos por dados ou por cartões associados a PC/tablet/pen/router a penetração dos serviços móveis seria de 114,2 por 100 habitantes. Já a penetração de acessos móveis comercializados em pacote ou com serviços prestados em local fixo foi de 46 por 100 habitantes.

Assim, a penetração da internet móvel foi de 78,5 por 100 habitantes, menos 0,2 pontos percentuais do que no final de setembro de 2019. O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à internet fixou-se em 8,1 milhões, menos 0,1 ponto percentual em termos homólogos.

“A diminuição do número de utilizadores é explicada pelo facto do crescimento do número de utilizadores de Internet no telemóvel (+0,1%) não ter sido suficiente para compensar a redução do número utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router (-3,3%). A evolução verificada poderá ter sido influenciada pelas alterações de comportamentos associadas à pandemia de Covid-19”, explica a Anacom.

No que respeita ao tráfego de roaming, este registou um decréscimo em todos os tipos de tráfego face a igual período do ano anterior, destacando-se o tráfego de internet (-25,4% no caso do roaming in e -25,2% no caso do roaming out). O tráfego de Internet vinha crescendo a taxas superiores a 50% nos últimos 5 anos, e registou agora, pelo segundo trimestre consecutivo, taxas de crescimento negativas face ao trimestre homólogo. A queda registada em todos os tipos de tráfego de roaming in e roaming out terá resultado da quebra de viagens internacionais decorrentes da situação de pandemia”, acrescenta o regulador.

No terceiro trimestre, a Meo foi o prestador com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva, designadamente de 40,6%. Seguiu-se a Vodafone Portugal com 30,2%, a NOS com 26,4% e a Nowo com 1,6%. Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, a NOS registou um aumento de 1,4 pontos percentuais, enquanto a Meo e a Vodafone viram a sua quota cair 1,2 e 0,3 pontos percentuais, respetivamente.

“Destaca-se o crescimento da quota de subscritores da Nowo (+0,3 pontos percentuais), que foi o prestador que mais cresceu em termos relativos. Esta evolução está associada ao lançamento, no primeiro trimestre, de ofertas com preços significativamente mais baixos do que as alternativas disponíveis”, salienta o regulador.

No caso das quotas de subscritores de acesso à internet em banda móvel, a quota da Meo foi de 38,5%, seguindo-se a NOS com 30,1%, a Vodafone Portugal com 29,0% e a Nowo/Oni com 2,1%.

A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de internet em banda larga móvel (45,2%), seguida da MEO e da Vodafone (28,0% e 26,3%, respetivamente).

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