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Confiança dos consumidores americanos cai em janeiro, mas expectativas de inflação também

O índice de confiança dos consumidores da Conference Board caiu ligeiramente em janeiro, sugerindo algumas preocupações com o futuro imediato da economia americana, mas as expectativas para a inflação nos próximos doze meses também recuaram pelo segundo mês consecutivo, sugerindo que o pico da escalada de preços poderá estar perto de passar.
  • Nova Iorque, EUA
26 Janeiro 2022, 18h10

Apesar da queda no índice de confiança dos consumidores da Conference Board, que recuou em dezembro para 113,8, depois de ficar nos 115,2 no mês anterior, as expectativas de inflação caíram pelo segundo mês consecutivo, o que poderá sinalizar que o fenómeno não irá contagiar a evolução de salários, apontam os analistas.

Um dos dados mais relevantes a sair do índice de confiança lançado esta terça-feira pela Conference Board prende-se com as expectativas da inflação dos consumidores americanos. Embora elevadas, estas recuaram pelo segundo mês consecutivo, com as famílias a prepararem compras significativas nos próximos meses.

“As preocupações com a inflação [nos EUA] caíram pelo segundo mês consecutivo”, denota Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, que se revela menos preocupado com o fenómeno do que há uns tempos, perante a expectativa que “a inflação ao longo de 2022 vá gradualmente abrandando o seu ritmo de subida”.

A fatia de consumidores a perspetivarem a compra de um veículo automóvel nos próximos seis meses foi a mais elevada do último meio ano, o que aponta para a expectativa de que o pico da inflação nos EUA esteja agora a passar. Ao contrário da zona euro, onde a taxa de inflação é determinada, em grande parte, pela variação nos preços da energia, o indicador nos EUA é influenciado por um maior número de fatores, com destaque para o alojamento e o mercado de carros, quer usados, quer novos.

Assim, a descida da previsão da inflação nos próximos doze meses para 6,8% (ficou-se pelos 6,9% em dezembro, depois do pico de 7,3% em novembro) combinada com estas compras planeadas sugerem que os salários norte-americanos deverão ser menos influenciados pelo fenómeno nos preços do que se chegou a temer.

Por outro lado, a rigidez do mercado laboral norte-americano pode significar uma subida salarial generalizada decorrente da escassez de mão-de-obra, o que poderia cimentar mais a elevada inflação registada nos últimos meses.

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