[weglot_switcher]

Confiança dos consumidores e clima económico estão a recuar em Portugal

“Os resultados apurados para o mês de março revelam uma redução significativa deste indicador face ao mês anterior, que constitui a maior redução mensal desde setembro de 2012”, revela o gabinete estatístico nacional.
30 Março 2020, 10h39

Com o vírus Covid-19 em plena propagação pelo mundo, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu entre dezembro de 2019 e março de 2020, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta segunda-feira, 30 de março. Com esta quebra, o indicador interrompeu o perfil ascendente que tinha sido iniciado em abril e atingiu o valor mínimo desde dezembro de 2016.

“Os resultados apurados para o mês de março revelam uma redução significativa deste indicador face ao mês anterior, que constitui a maior redução mensal desde setembro de 2012”, revela o gabinete estatístico nacional.

Também o indicador de clima económico diminuiu de forma significativa em março, após ter estabilizado em fevereiro, “retrocedendo para valores próximos dos observados no final de 2016”, afirma o INE. “Esta redução teve uma magnitude semelhante à verificada em abril de 2011”.

Durante os últimos dois meses, os indicadores de confiança dos consumidores diminuíram na indústria transformadora, no comércio e nos serviços, apresentando um aumento na construção e obras públicas, sendo que se não considerarmos as médias móveis de três meses, “todos os indicadores de confiança diminuíram relativamente a fevereiro”.

No último mês, a redução do indicador de confiança dos consumidores resultou do contributo negativo de todas as
componentes, perspetivas de realização de compras importantes, opiniões e expectativas sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar e expectativas relativas à evolução da situação económica do país”, explica o INE.

Depois de aumentos em dezembro e janeiro, ainda que ligeiros, o indicador de confiança da indústria transformadora diminuiu em fevereiro e março, atingindo o valor mais baixo desde julho de 2014. Este indicador refletiu “o contributo negativo dos saldos das perspetivas de produção e das apreciações sobre a evolução da procura global, mais intenso no primeiro caso, tendo contribuído positivamente as apreciações sobre a evolução dos stocks de produtos acabados”.

Por sua vez, o indicador da construção e obras públicas aumentou entre dezembro e março, atingindo o valor máximo desde fevereiro de 2002. “Esta evolução resultou do contributo positivo de ambas as componentes, apreciações relativas à carteira de encomendas e perspetivas de emprego”. Ainda assim, este indicador diminuiu em março, tendo em conta o significativo agravamento do saldo das opiniões sobre a carteira de encomendas”.

O indicador de confiança no comércio apresentação uma diminuição em fevereiro e março, depois de um aumento em janeiro. A evolução do indicador refletiu o “contributo negativo do saldo das perspetivas de atividade, tendo as opiniões sobre o volume de vendas estabilizado e as apreciações sobre o volume de stocks contribuído positivamente”, indica o gabinete estatístico nacional.

Nos serviços, a confiança também diminuiu entre dezembro e março, atingindo o valor mais baixo desde abril de 2014, assumindo um “contributo negativo de todas as componentes, apreciações sobre a atividade da empresa, opiniões e perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas”, sendo que esta última registou um forte agravamento.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.