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Conheça hoje os 10 novos alimentos inovadores nacionais

A terceira edição portuguesa do prémio ‘Ecotrophelia’ recebeu 20 candidaturas, repartidas por 10 categorias de produtos, que serão hoje conhecidas. Vergílio Folhadela, presidente do júri, desvenda alguns pormenores sobre o concurso, em entrevista ao Jornal Económico.
15 Abril 2019, 07h45

Serão hoje, dia 15 de abril, conhecidos os dez finalistas à 3ª edição do prémio ‘Ecotrophelia’, uma iniciativa que promove a eco-inovação, o empreendedorismo e a competitividade do setor agroalimentar, desafiando estudantes do ensino superior a desenvolverem produtos alimentares ‘fora da caixa’.

O ‘Ecotrophelia’ é um prémio europeu presente em 17 países e que conta já com 19 edições.

Em Portugal, o ‘Ecotrophelia’ é promovido pela PortugalFoods, associação que representa a fileira agroalimentar no país.

Nas duas anteriores edições em Portugal, o ‘Ecotrophelia’ envolveu mais de 150 estudantes, mais de 20 entidades do sistema científico-tecnológico nacional e mais de 20 empresas portuguesas, tendo sido desenvolvidos 32 produtos.

Para edição deste ano, as candidaturas estiveram abertas até 3 de abril.

O Jornal Económico sabe que foram aceites 20 candidaturas, abarcando 104 alunos envolvidos em equipas multidisciplinares, tendo-se registado mais equipas pluri-institucionais do que nos anos precedentes.

Na edição deste ano do ‘Ecotrophelia’, estiveram envolvidas 11 instituições de ensino envolvidas: Universidade de Lisboa: Instituto Superior de Agronomia – 3 equipas; Universidade do Porto: Faculdade de Ciências – 11 equipas; Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto – 1 equipa; Universidade Católica: Escola Superior de Biotecnologia – 3 equipas; Universidade de Aveiro – 3 equipas; Instituto Politécnico de Viana do Castelo; Escola Superior de Tecnologia e Gestão – 1 equipa; Escola Superior de Ciências Empresariais – 1 equipa; Universidade de Coimbra: Faculdade de Economia – 1 equipa; Universidade do Minho – 1 equipa; e Universidade Trás os Montes e Alto Douro – 1 equipa.

As 20 candidaturas a concurso repartem-se por dez categorias de produto (10): Pão, produto de padaria – 1; Bebidas – 3; Sobremesa – 1; Sopa – 1; Pequeno-almoço – 2; Refeições preparadas – 3; Cremes para barrar – 4; Produtos à base de carne – 1; Nutracêutico – 1; e Biscoito doce, bolo e pastelaria – 3.

A horas de se conhecerem os estudantes e projetos finalistas do ‘Ecotrophelia 2019’, o Jornal Económico publica uma entrevista com Vergílio Folhadela, presidente do júri nas últimas três edições do prémio, e empresário há longa data ligado aos destinos do Grupo RAR, um dos maiores a operar no setor agroalimentar em Portugal, como participadas como a RAR Açúcar ou a Vitacress, por exemplo.

Estamos na 3ª edição do ‘Ecotrophelia’ em Portugal. Como tem evoluído esta iniciativa?

Temos vindo a registar um crescimento do número de concorrentes, de produtos apresentados, de universidades e instituições que se associam ao prémio, como resultado das novas tendências da agricultura e da alimentação a nível mundial e em Portugal. Esta é a 18ª edição europeia do prémio, que começou em França. Neste momento, já cerca de 20 países aderiram a esta iniciativa. Em Portugal, estamos na terceira edição.

Qual é o objetivo deste prémio?

VF- O próprio nome do prémio, Ecotrophelia, remete para uma ideia de sustentabilidade, do equilíbrio entre o homem e a natureza, e também de inovação.  O prémio é dirigido alunos finalistas do ensino superior, de doutoramentos e de mestrados, e lança como desafio desenvolver um produto alimentar inovador. Temos registado, crescentemente, mais inscrições e mais instituições e universidades e institutos politécnicos que se associam a esta iniciativa.

O que é preciso os alunos apresentarem para poderem concorrer?

VF – O prémio incide não só sobre a vertente da preparação dos produtos, mas igualmente no respetivo grafismo, nas embalagens, e nas técnicas de produção, por exemplo. Em suma, o Ecotrophelia apela a uma ação pluridisciplinar, envolvendo também as áreas da distribuição, do posicionamento do produto, do marketing, entre outras. É um prémio de abrangência que traduz uma forma de preparar os estudantes e de os enquadrar para uma realidade concreta, que é a necessidade de colocar o produto no mercado e de conseguir ir de encontro às reações do consumidor.

Além de haver um número crescente de candidaturas, como explica envolvimento de alunos e instituições nos últimos três anos?

Tem havido uma adesão muito interessante com o aparecimento de candidaturas concorrentes com estudantes oriundos de mais do que uma instituição de ensino superior, havendo casos de candidaturas com alunos de três ou quatro instituições. A quantidade de instituições de ensino participantes é sinal do sucesso deste prémio.

No seu entender, qual é a mais valia que os estudantes recolhem com a participação neste prémio?

É um prémio que tem um grande valor porque permite aos estudantes concorrentes articularem-se com a realidade concreta, obrigando a pensar de uma forma organizada, num ‘timing’ apertado. Numa língua, a inglesa, que não é a sua.

Além do prémio, o que ganha o vencedor do ‘Ecotrophelia’?

Este é um certame europeu. Pessoalmente, estou muito agradavelmente surpreendido pelo nível atingido. Quem ganhar, tem a hipótese de apresentar o seu projeto num contexto internacional, numa dimensão positiva, numa confrontação muito estimulante para todos os concorrentes. Penso que mais que ganhar o prémio, o mais importante é participar, porque ganham todos.

E o que pode o ‘Ecotrophelia’ trazer em termos de saídas profissionais?

Este prémio tornou-se uma possibilidade devido à colaboração da PortugalFoods. E essa é também uma via para quem participa, porque poderá ‘vender’ a sua ideia quer aos responsáveis da fileira, quer aos seus inúmeros associados, associando-se diretamente a uma empresa. E eu quero salientar esta dimensão, porque se trata de um prémio muito útil para a formação de quem nele participa. Os estudantes que nele participam acabam por sair de uma forma mais completa do que entraram. Também é muito útil para os professores, porque induz outro tipo de exigência no acompanhamento aos alunos.

Ao longo destes anos, quais têm sido os projetos e produtos apresentados mais surpreendentes?

Há outra dimensão muito interessante deste prémio, que é o aproveitamento do subproduto. Por exemplo, o soro de leite não é aproveitado e é muito poluente. Já apareceram estudantes com um projeto para aproveitar na sua integralidade este subproduto derivado do fabrico de queijo. O mesmo em relação às cascas de certas frutas e legumes, que podem funcionar como matérias-primas de diversas indústrias. O mesmo com o aproveitamento de restos de cereais, para acelerar diversos tipos de fermentação. Têm surgido propostas de produtos inovadores muito interessantes, como salame de peixe, designado ‘Salamar’, de um grupo de alunas de Viana do Castelo, que propôs uma utilização mais nobre a diversas sobras de peixe.

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