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Conselho Europeu vê potencial da Península Ibérica para a segurança energética da UE

Sines pode ser uma solução logística no curto prazo, mas Costa destaca o programa de interconexões com o resto da Europa — ao abrigo do Programa REPowerEU — para ampliar o papel da Península na segurança europeia. Esteve ainda em cima da mesa a segurança alimentar mundial e a defesa bélica da União.
31 Maio 2022, 15h20

O primeiro-ministro, António Costa, disse à saída da reunião do Conselho Europeu, que houve uma “referência   expressa quanto ao potencial que a Península Ibérica, no seu conjunto, tem para contribuir para a segurança energética da União Europeia” (UE), referindo a necessidade de concluir o programa de interconexões com o resto da Europa — ao abrigo do Programa REPowerEU — para esse fim.

Ainda em matérias energéticas, no dia em que os líderes da UE chegaram a acordo de princípio para reduzir em 90% as importações de petróleo da Rússia até ao final deste ano, o Conselho “reafirmou a necessidade da diversificação das fontes e das rotas de abastecimento e de acelerar a transição para as energias renováveis”, segundo Costa.

Quanto ao papel que Portugal poderá ter na segurança energética da União, o primeiro-ministro disse que está à espera da Comissão Europeia para averiguar quais as fontes de financiamento, nomeadamente empréstimos, para sustentar os projetos. No curto prazo, Portugal apresentou “soluções com base no porto de Sines, como plataforma logística apta para facilitar o fornecimento de gás natural liquefeito para outros países que ou não tem acesso direto ao mar, portos muito congestionados, ou que não têm condições para receber grandes metaneiros”.

Costa insistiu que Portugal está numa “posição favorável” em relação a outros estados-membros mais dependentes da energia russa e que têm vários obstáculos, geográficos ou tecnológicos, dada a elevada produção de energias renováveis em território nacional, frisando que, neste campo, “só dependemos de nós próprios”.

Sobre o sexto pacote de sanções à Rússia em consequência da invasão da Ucrânia, o primeiro-ministro considera que se encontrou um “ponto de equilíbrio” adequado entre os interesses da UE e os efeitos que trará para a Rússia, mas admite preocupação com o fenómeno da inflação muito motivada pelo aumento dos produtos energéticos.

Outro tema que mereceu a atenção do Conselho Europeu foi a segurança e defesa, tendo acontecido um debate que teve em vista “encontrar mecanismos de compra conjunta para a reposição dos stocks das forças armadas dos estados-membros, que têm estado a dispensar os seus equipamentos e materiais para o apoio à Ucrânia”, para além de “desenvolver um programa europeu de investimento e defesa que permita mobilizar e reforçar a indústria europeia de defesa”.

Sobre o risco de estar em risco a segurança alimentar ao nível mundial “em virtude do bloqueio russo aos portos ucranianos”, Costa disse que o Conselho Europeu ouviu por videoconferência o presidente da União Africana e o presidente do senegal, Macky Sall, que “expôs a situação muito difícil que vivem muitos países africanos” e “mostrou todo o apoio para com  os esforços das Nações Unidas para desbloquear os portos e criar rotas de escoamento destas produções agrícolas de forma a termos uma resposta global a esta situação”.

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