A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) estima um crescimento de 1,5% este ano, colocando fim a mais de uma década de crise na construção que fez cair a produção para metade.
Em comunicado, a associação fundamenta esta melhoria com a conjuntura internacional que tem efeitos diretos e indiretos em Portugal ao favorecer o investimento em construção, tanto no imobiliário como em infraestruturas.
Entre os pressupostos económicos internacionais levados em conta pela associação estão o risco de deflação e o plano de investimentos europeu, e entre os fatores nacionais destaca o “pleno acesso” do país aos mercados financeiros, o início de um novo ciclo de apoios comunitários e o aumento do investimento direto estrangeiro no imobiliário e na aquisição de empresas.
Após 13 anos de quebras sucessivas, traduzidas numa redução acumulada de 80%, segundo a AECOPS, a associação estima para este ano um crescimento da produção do segmento da construção residencial de 1,3%, contra a quebra de 10% com que o setor terminou 2014.
Para os trabalhos de manutenção/reabilitação, a AECOPS prevê um crescimento de 8,5%, mas ressalva que, dada a evolução ainda negativa do licenciamento, prevê uma redução de 2,6% no volume dos trabalhos de construção nova, mas mais moderada do que a quebra de 22% registada em média nos últimos três anos.
As previsões para o segmento da construção não residencial indicam um aumento da produção no final deste ano de 0,9%, acima da quebra de 6% em 2014, e já acomodando a esperada descida da produção de edifícios não residenciais públicos.
A construção de novos espaços não residenciais privados não deverá ser animadora este ano, segundo a associação, que prevê que o subsetor da construção de edifícios termine 2015 com um crescimento de 1,1%, depois de em 2014 ter caído 8%.
Para a engenharia civil, e após cinco anos de quebras na produção deste tipo de trabalhos, a previsão da AECOPS aponta para um crescimento de 2% este ano, em resultado dos primeiros efeitos da entrada em vigor do novo programa fundos comunitários, o Portugal 2020, e da conclusão das obras financiadas ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013.
OJE/Lusa