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Consumidores portugueses mais cuidadosos e a tentar aumentar a poupança, conclui estudo

A quinta edição do Future Consumer Index da consultora EY revela que os padrões de consumo em Portugal se alteraram com a pandemia, tendo a economia não-presencial crescido significativamente. Por outro lado, os consumidores portugueses mostram-se preocupados com o seu emprego, saúde e situação financeira, além de antecipar uma longa espera de meses ou anos até à estabilidade financeira.
11 Dezembro 2020, 09h00

Um estudo da EY sobre o impacto da pandemia nos padrões de consumo revela que os portugueses estão a alterar o seu comportamento enquanto consumidores, passando agora a privilegiar serviços de entrega de bens essenciais em detrimento de atividades de lazer, que também estão muito condicionadas pela situação pandémica.

O primeiro EY Future Consumer Index a incluir Portugal revela que 34% dos portugueses viu o seu rendimento diminuído, enquanto que 67% diz estar agora a tentar poupar mais. A presença online dos consumidores portugueses também aumentou substancialmente, com 91% dos inquiridos a reportar ter alterado a forma como compra. Relativamente ao emprego, 82% também confirma ter alterado a forma de trabalho.

O emprego constitui também um dos focos das preocupações dos portugueses, com 76% dos participantes do inquérito a dizerem-se preocupados com o seu trabalho. 87% diz-se preocupado com as suas finanças, 88% com as suas liberdades e 89% com a sua saúde.

Ainda assim, 49% dos inquiridos creem estar a lidar bem com a pandemia, com 40% a sentir-se em controlo da sua vida. Por outro lado, 72% mostra-se menos disposta a correr riscos do que anteriormente. A tecnologia é vista por 55% dos inquiridos como tendo um impacto positivo na sua vida durante a pandemia, com 58% das pessoas a confessar passar mais tempo online do que antes da chegada do novo coronavírus.

Por outro lado, a expectativa de viajar novamente em breve é baixa, sendo que 45% dos inquiridos veem uma espera de meses até ter novamente esta possibilidade, contra 38% dos que esperam que tal aconteça em dias ou semanas e 17% que crê ter de esperar anos ou que nunca mais volte a ter essa possibilidade.

Também em termos de estabilidade financeira os dados não são muito animadores, com apenas 25% dos portugueses a mostrar-se confiante num cenário estável em dias ou semanas. A maioria dos inquiridos reparte-se entre meses de espera até á estabilidade financeira, com 40% das respostas, e aqueles que acreditam que passarão anos até que atinjam esta situação, com 35%.

“Imposta e moldada por uma pandemia, a economia do distanciamento social começa a ganhar força. Estamos, claramente, a assistir a uma economia que resulta de novos hábitos de consumo e que privilegia a diminuição do contacto social próximo, afasta-nos e aumenta as restrições de saúde sanitária”, como salienta Sérgio Ferreira, diretor executivo de Customer & Digital Experiences, Consulting Services da EY Portugal.

“Tal terá impacto nas formas como vivemos, como trabalhamos, como compramos, como nos divertimos, movimentamos e usamos a tecnologia. Terá e já tem. Os resultados estão à vista”, acrescenta.

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