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COP 25: Madrid vai ser o centro do mundo durante duas semanas. O que vai ser discutido?

Madrid acolhe durante duas semanas, entre 2 e 13 de dezembro, a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. O que vai ser discutido na capital espanhola por centenas de países?
2 Dezembro 2019, 10h49

O Parlamento Europeu declarou emergência climática global na semana passada, com o objetivo de aumentar os esforços para combater as alterações climáticas que têm deixado marcas no nosso planeta. Para discutir o que se pode fazer depois deste anúncio, Madrid recebe durante as próximas duas semanas a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP25).

O que é a COP25?

A COP25, ou Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, é a conferência anual da ONU que pretende discutir a urgência de uma resposta à emergência climática que tem vindo a acelerar. Segundo a Convenção da ONU de 1992, todos os países mundiais estão sujeitos a encontrar formas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de maneira equitativa.

Onde acontece a Cimeira?

Inicialmente, o Chile foi escolhido para assumir a Cimeira Climática, mas com os tumultos e uma crise política a eclodir no Chile, o governo espanhol ofereceu Madrid para a Cimeira da ONU.

Quem vai estar nesta conferência mundial?

Até agora, sabe-se que Pedro Sánchez, António Guterres e Greta Thunberg vão marcar presença. Também António Costa, primeiro-ministro português, vai marcar presença em Madrid.

De Portugal, vai estar presente a delegação representativa de todos os grupos parlamentares (PS, PSD, BE, PCP-PEV, CDS-PP e PAN), além do Livre, que também pertence à Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, apesar dos oito deputados apenas marcarem presença na qualidade de observadores.

O encontro vai durar até 13 de dezembro, e as discussões vão ser lideradas por diversos ministros do meio ambiente. Aponta-se que deverão ainda marcar presença vários secretários do Ambiente e também grandes economias mundiais. Apesar de não se saber nomes, vão estar presentes novas empresas tecnológicas, cientistas e atores financeiros.

Os grandes emissores de gases com efeito de estufa e os países que lideram os programas mais ambiciosos de medidas para combater as alterações climáticas, além daqueles que mais têm sofrido com as consequências do aumento da temperatura do planeta.

O que difere esta Cimeira das restantes?

Este é o único fórum onde todos os países são tratados de forma igual, sendo que as economias mais pobres têm o mesmo peso que as grandes economias, como os EUA. Todos os acordos só podem ser atingidos quando existe um consenso entre as 196 nações que integram a discussão.

O que pode ser decidido este ano?

O foco da discussão durante as duas semanas será o artigo seis do Acordo de Paris, que permite a utilização de um mercado global de carbono para ajudar os países a reduzir as emissões e financiar medidas que reduzam as emissões nos países em desenvolvimento.

Este projeto dos mercados de carbono foi criado para o Protocolo de Quioto, assinado em 1997, em que o objetivo consistia no financiamento dos países em desenvolvimento, pelos países desenvolvidos, embora a ideia tenha sido colocada de lado em 2008. A ideia consiste nas grandes economias comprarem créditos de carbono aos países em desenvolvimento, para que os primeiros consigam ganhar tempo para o combate e para os países mais pobres receberem dinheiro para os encaminhar para um futuro ‘limpo’.

Vai ser ainda discutido os apoios ao Fundo Verde do Clima, os mecanismos de dados e compensações pelos fenómenos climáticos extremos e o apoio aos países menos desenvolvidos para que aconteça uma transição para o novo modelo energético.

Esta é a última oportunidade para resolver as questões que se prendem com o Acordo de Paris, do qual os EUA querem sair, que entra em vigor no próximo ano.

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