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COP25: Oikos e Zero responsabilizam Estados Unidos, Austrália, e Brasil por “resultado pouco positivo”

As organizações ambientalistas consideram que é “cada vez maior” a diferença entre o que as pessoas exigem por um futuro seguro para o clima e o que os líderes estão dispostos a fazer “à medida que as emissões aumentam, a produção de combustíveis fósseis se expande e os impactos são mais dramáticos”.
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    Chema Moya/EPA via Lusa
15 Dezembro 2019, 13h40

As organizações ambientalistas Oikos e Zero consideraram como “pouco positivo” o resultado da cimeira do clima, que se realizou em Madrid, e acusaram os Estados Unidos, Austrália e o Brasil de proteger interesses económicos.

“Atolados por negociações de má-fé que colocam a política e os interesses dos combustíveis fósseis acima das pessoas e do planeta, muitos países – liderados pelos Estados Unidos, Austrália e Brasil – mais uma vez expuseram a sua apatia ao sofrimento de milhões e uma rejeição voluntária da ciência”, denunciam em comunicado conjunto hoje divulgado, horas depois de anunciado o acordo na cimeira.

As duas organizações não governamentais dizem ainda que é “cada vez maior” a diferença entre o que as pessoas exigem por um futuro seguro para o clima e o que os líderes estão dispostos a fazer “à medida que as emissões aumentam, a produção de combustíveis fósseis se expande e os impactos são mais dramáticos”.

Acusando os líderes da COP25 de “falhar” na intensificação da ação climática de acordo com o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris, a ZERO e a Oikos consideram que “existe uma falta de liderança política num processo que tem muitos países a criarem obstáculos” e que tal limitou a ambição na COP25 quanto à preparação das decisões em Galsgow.

“Depois de um ano em que o mundo assistiu a uma mobilização sem precedentes pedindo urgência na ação climática, os líderes da COP25 falharam em intensificar a ação climática de acordo com o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris”, acusa, considerando que a COP25 ofereceu aos governos a “oportunidade perfeita” para elaborar em detalhe planos para aumentar até 2020 a ambição nacional climática e que “esses planos deveriam descrever a resposta dos governos à emergência climática e à ciência climática e como iniciarão a transformação social”.

Os ambientalistas acusam os principais países emissores de “recuar” nos compromissos de aumentar a ambição até 2020 e os países ricos de “recusar” a promessa de fornecer financiamento para perdas e danos.

“A já referida ausência de liderança negocial à escala mundial pressiona ainda mais a União Europeia a apresentar uma meta de redução de emissões para 2030 substancialmente mais alta no início de 2020 para convencer outros grandes emissores como a China e abrir caminho a um aumento da ambição global na COP26 do próximo ano em Glasgow”, acrescentam as organizações.

Os ambientalistas lembraram ainda que, durante a COP25, a união Europeia “disse repetidamente que deseja dar o exemplo” e que, para provar a sua sinceridade e liderança na implementação do Acordo de Paris, “precisa de aumentar substancialmente a sua promessa climática para 2030 através de metas de redução iguais ou preferencialmente mais elevadas” que 55% entre 1990 e 2030, nos primeiros meses de 2020.

“A janela de oportunidade para se alcançar o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris está rapidamente a fechar-se”, acrescentam no comunicado.

No que respeita a Portugal, a Zero diz ser preciso acelerar o ritmo de implementação das políticas climáticas, antecipar objetivos e ser coerente nas ações para salvar o planeta de um aquecimento global excessivo.

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