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Coreia do Norte aponta as armas a uma ilha republicana que quer produzir marijuana

Donald Trump recorda a Kim Jong-un o enorme poder bélico dos Estados Unidos e afirma que ele pode ser usado contra a Coreia do Norte com “fogo e fúria”.
10 Agosto 2017, 07h20

A escalada (para já apenas) verbal entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte voltou a apontar os holofotes para uma pequena ilha do Pacífico, Guam, situada a cerca de 3.500 quilómetros da península da Coreia – e que parece ter a nefasta capacidade de ativar a fúria de Kim Jong-un. Talvez por ser o solo norte-americano mais próximo da Coreia do Norte, o seu líder repete de vez em quando a possibilidade de Guam ser alvo de um ataque com mísseis norte-coreanos.

Ontem, Kim Jong-un voltou ao mesmo, ameaçando – por via da televisão norte-coreana – esmagar Guam sob as suas armas. O governador da ilha, o republicano Eddie Baza Calvo (que chegou a apoiar Ted Cruz nas primárias republicanas de 2016 antes de se passar para as hostes de Donald Trump depois de o senador do Texas se retirar da corrida) afirma que a ilha é segura para os seus cerca de 160 mil habitantes.

Em direto para as televisões, Eddie Calvo – que em janeiro passado submeteu ao governo central uma proposta de legalização da plantação de marijuana para fins recreativos – disse que os vários níveis de segurança da ilha são suficientes para manter sossegados todos os habitantes, cuja sobrevivência está razoavelmente dependente do complexo militar ali instalado, a base aérea de Arderson.

O anúncio da existência de planos norte-coreanos para arrasar a ilha e a base militar deu-se depois de Donald Trump ter afirmado que a Coreia do Norte devia deixar de ameaçar os Estados Unidos, sob pena de sofrer uma punição militar “de fogo e fúria como o mundo nunca viu até hoje”.

A frase de Trump e a ameaça sobre Guam fizeram soar os alarmes em várias geografias. Na Alemanha, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Martin Schaefer, pediu a ambas as partes contenção nas palavras e nos atos, tendo proposto que a Coreia do Norte aceitasse mediações independentes de países terceiros no conflito que mantém com os Estados Unidos.

Tom idêntico – a insistência na contenção – foi usado por um porta-voz oficial do presidente francês Emmanuel Macron, que afirmou também que este tipo de conflitos tem de ser dirimido através do concurso da diplomacia.

Até ao final do dia de ontem, não eram conhecidas ainda as reações quer da China quer da Rússia – que noutras situações recentes têm tentado aliviar a pressão sem deixarem de apoiar, mesmo que timidamente, as opiniões emanadas de Pyongyang.

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