A situação tensa com a Coreia do Norte tem vindo a intensificar-se, principalmente depois de Donald Trump ter chegado à Sala Oval, em janeiro.
Nos primeiros meses de presidência do magnata norte-americano, Pyongyang realizou quase o mesmo número de testes com mísseis do que no período homólogo. Se analisamos o período entre 1 de janeiro e 1 de junho, reparamos que em 2016 foram conduzidos 10 testes, e este ano 12.
Ainda faltam três meses para o ano acabar, mas a quantidade de testes de mísseis balísticos realizados esta ano já se encontra muito próxima dos números do ano passado: 21 contra os 24 de 2016.
É por esta razão que os meios de comunicação nacionais e internacionais estão tão atentos a este tema.
A instabilidade continua, apesar das várias tentativas da ONU em sancionar o líder Kim Jong-un, mas sem resultados até ao momento. Qual será a “versão” da Coreia do Norte?
“(…) Os americanos seguiram em frente com os exercícios militares e ameaçaram o meu país. Nós não queríamos, mas tivemos que avançar com as nossas próprias medidas para fazer frente a essas manobras e, por causa disso, a situação na Península Coreana é muito tensa”, disse o embaixador da Coreia do Norte em Espanha, Kim Hyok-Chol, em entrevista à TSF.
O que é considerado por muitos especialistas e líderes mundiais como “provocação”, o regime comunista pensa de outra forma. O embaixador defende que o último teste nuclear e os vários lançamentos de mísseis são, “claro”, em legítima defesa. “Claro, quer dizer, no ano passado realizou-se o 7.º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Nesse congresso, o nosso partido realçou a importância de estabelecer forças nucleares que nos defendessem, que defendessem o meu país. E o teste recente do míssil balístico intercontinental foi realizado para que se atingisse o objetivo final de estabelecer uma força nuclear do Estado”.
No entanto, Kim Hyok-Chol quis tranquilizar as outras nações. O embaixador afirma que a Coreia está “tecnicamente numa guerra com os Estados Unidos”, e “por isso, as outras pessoas, os outros povos do mundo, não têm que se preocupar com as nossas armas nucleares. Elas existem apenas para defender o meu país das políticas hostis e ameaças nucleares dos americanos”.
Durante a entrevista, o embaixador deixou bem claro a opinião do seu país sobre os norte-americanos, “os principais responsáveis pela divisão” da Coreia.
Quando questionado sobre o que falta para se sentirem seguros, Hyok-Chol deixou o aviso: “Estamos na fase final de completarmos a nossa força nuclear e é tudo o que posso dizer por agora”.
Sobre possíveis negociações, o coreano admite que querem paz mas que não têm medo de uma guerra. “E quero dizer que os americanos estão sempre a implorar por sanções junto da comunidade internacional, mas não acredito que consigam algo com isso”, acrescentado que para que a situação mude, os americanos” têm de alterar as suas políticas hostis e parar as ameaças nucleares à Coreia”.
A jornalista quis saber qual a opinião do país sobre uma solução para esta crise, ao que o embaixador respendeu: “Bem, depende tudo dos americanos”.
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