A Coreia do Sul está sob luto nacional depois da tragédia no bairro de Itaewon, em Seul, que provocou a morte de pelo menos 153 pessoas na madrugada de sexta-feira. A decisão foi anunciada pelo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, este domingo.
O líder expressou as suas condolências aos famíliaras das vítimas, na sua maioria adolescentes e jovens na casa dos 20, e desejou as melhoras às centenas de pessoas que ficaram feridas, naquela que já é uma das maiores tragédias do país, e um dos piores acidentes do género em décadas.
Milhares de pessoas circulavam nesta noite nas ruas do bairro de Itaewon, em festejos relacionados com o Halloween, e a debandada provocou o afunilamento de uma multidão numa rua estreita, explicaram as autoridades sul-coreanas, adiantando que o número de vítimas pode aumentar.
Entre as vítimas estarão pelo menos 22 cidadãos estrangeiros, divulgou o chefe dos bombeiros da capital sul-coreana.
Hoje, já pela manhã, o ministro do Interior da Coreia do Sul revelou que pelo menos 90% das vítimas teriam já sido identificadas. As restantes, explicou, ou não tinham identificação ou esta foi extraviada na confusão.
Este era o primeiro evento de Halloween em Seul no espaço de três anos e uma das primeiras celebrações livres de restrições ligadas à pandemia.
Nos dias anteriores, surgiram avisos de que os festejos estariam a atrair “números perigosos” de pessoas, de acordo com órgãos de informação locais, e agora as vítimas e as suas famílias questionam uma “aparente falta de controlo” de multidões.

Imagens divulgadas nas redes sociais por utilizadores sul-coreanos mostram centenas de pessoas apertadas em corredores estreitos, algumas delas incapazes de se mexer ou andar, outras a serem espezinhadas por grupos em passagem.
A autarquia de Seul montou uma morgue temporária num edifício próximo do local para identificar as vítimas.
Reações internacionais
A comunidade internacional foi rápida a reagir à tragédia, com mensagens de condolência vindas do presidente norte-americano, Joe Biden, e do líder chinês, Xi Jinping — dois países com cidadãos entre as vítimas.
Por cá, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, reagiram. Não há, para já, indicação de portugueses entre as vítimas, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz estar a acompanhar a situação.
“Portugal está solidário com a Coreia do Sul e todos aqueles que foram afetados pelo incidente trágico ocorrido em Seul. As nossas sinceras condolências a todas as famílias que estão de luto pela perda dos seus entes queridos”, escreveu o primeiro-ministro no Twitter.