O mega-processo de corrupção com cartas de condução, referente a exames feitos no Centro de Exames de Vila Verde da Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel (ANIECA), já está a ser julgado. O empresário que denunciou a alegada corrupção declarou que um examinador lhe chegou a falar em cinco mil euros para facilitar a vida dos alunos.
António Fontes, proprietário de uma escola de condução, acusa os examinadores de solicitarem dinheiro, “botas de marca” ou uma “coelha prenha”, segundo a Lusa. No entanto, acrescentou que estes pedidos não eram feitos de forma declarada mas de “assédio”.
O Ministério Público sustenta que cinco examinadores terão conseguido arrecadar 1,1 milhão de euros. Em troco de quantias monetárias que variavam entre mil e 1500 euros, em exames teóricos, e 100 e 150 em exames práticos, os examinadores ajudariam os alunos a passar.
António Fontes afirmou ainda durante o julgamento que após a denúncia, a taxa de reprovação dos alunos provenientes das escolas que detém e que propõe a exame na ANIECA “subiu muito”, classificando a entidade como uma “associação nacional dos interesses dos examinadores de condução”.
Os fatos que sustentam o mega-processo ocorreram entre 2008 e 2013 e envolveram escolas de Barcelos, Ponte de Lima, Vizela e Guimarães, tendo 47 arguidos. No entanto, foi instaurado como principal arguido um examinador do Centro de Exames de Vila Verde, que o tribunal classificou como “interlocutor privilegiado”, sendo acusado de 35 crimes de corrupção passiva.
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