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Covid-19: CIP exige reação do Governo, sem esperar pela Europa, “a eterna atrasada”

“Portugal está a ficar para trás”, avisa a confederação patronal liderada por António Saraiva. A CIP apresentou sete medidas para que o Governo responda de forma rápida, destacando-se 20 mil milhões de euros de incentivos a fundo perdido por parte do Estado português, mais dez mil milhões de garantias de carteira do BEI e do FEI.
  • Cristina Bernardo
18 Abril 2020, 18h00

“O Governo está a tempo de reagir à altura das circunstâncias. Pode agir em vez de esperar pela Europa, a eterna atrasada, a União dividida”, defende a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em comunicado emitido há minutos.

Sob o lema ‘Vencer as previsões, Defende Portugal’, a confederação liderada por António Saraiva defende que “a pandemia oferece-nos dois caminhos: ou nos dobramos às consequências provocadas pela Covid-19 ou vencemos as previsões económicas”.

“Ou ficamos à espera do pior ou agimos e definimos o nosso rumo”, insiste a CIP.

“A primeira vítima desta crise, a maior dos últimos cem anos, é a nossa expectativa individual e coletiva. Dizem-nos que vamos perder 400 ou 500 mil empregos. Dizem-nos que vamos assistir à falência de milhares e milhares de empresas. Dizem-nos que a vida será muito pior do que foi entre 2011 e 2014. As previsões nacionais e internacionais dão como certa uma catástrofe social e económica sem igual. Atiram para o chão as nossas expectativas e quebram a nossa confiança. Levam-nos a aceitar de antemão o que é inaceitável”, resume o referido comunicado, para advogar que “não tem de ser assim”.

A nota divulgada pela CIP advoga que “o Governo tem de colocar as previsões no seu devido lugar – previsões não são certezas – e deve trocá-las por políticas públicas fortes, imediatas e responsáveis”, acrescetnado que o Executivo de António Costa “pode usar as previsões como sinal de alarme: previsões são apenas cenários que não contam com o que o Governo pode e deve fazer para defender a vida de todos nós”.

“Outros países europeus, nossos parceiros, estão a seguir esse caminho e já vão à nossa frente. Não apoiam apenas com crédito, que só adia o problema. Avançam dinheiro para compensar a paralisia económica. Assumem programas virados para o dia seguinte à pandemia. É simples: apoiar o emprego é mais útil do que pagar o desemprego”, concluem os responsáveis da CIP, avisando que “Portugal está a ficar para trás”.

“Não haverá uma segunda oportunidade para as empresas e para muitas, muitas pessoas. Foi por isso que há duas semanas e meia a CIP entregou ao senhor Primeiro-ministro uma proposta de ação”, relembra o comunicadod a CIP.

A confederação patronal liderada por António Saraiva apresenta sete ideias sobre o que considera zser imprescindível para as empresas sobreviverem: garantias de Estado convertíveis em incentivos a fundo perdido no valor de 20 mil milhões de euros; garantias de carteira Banco Europeu de Investimento (BEI)/Fundo Europeu de Investimento (FEI) no montante de 10 mil milhões de euros; benefícios fiscais com garantia de Estado para desconto na banca; crédito à exportação e importação com seguros de crédito associados; pagamento a pronto do Estado aos fornecedores; sistema de pagamento automático entre empresas com base no ‘e-fatura’; e regime de insolvências adequado à atual crise e ao teletrabalho.

Sete ideias “que pedem uma resposta” do Governo, avisa a CIP.

 

 

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