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COVID-19: De novo – o combate das PME inovadoras

As PME preparadas para a turbulência atual (e futura) são aquelas que, sem demora, assegurem a liquidez necessária e antecipação aos impactos e incertezas financeiras em curso.
18 Março 2020, 07h15

As PME, em particular as de menor dimensão (micro), são as empresas mais vulneráveis a períodos de turbulência económica e situações de crise.

Com o aumento do surto do novo coronavírus (COVID-19) nas últimas semanas, elevado a pandemia pela Organização Mundial da Saúde, as primeiras PME nacionais afetadas atuam nos setores dos serviços de transportes, turismo, eventos e indústria alimentar.

Os impactos sentidos, direta ou indiretamente, resultam do cancelamento de eventos e espetáculos ou contratos comerciais e interrupções relacionadas com a cadeia de fornecimento de matérias-primas, produtos semiacabados e acabados.

Em resumo, afeta no início ecossistemas económicos específicos e, a par da propagação epidemiológica, o alastramento seguinte derrama grosso modo, de forma transversal, a toda a economia.

Além da principal preocupação de empresários e empreendedores com a garantia de saúde e segurança dos seus trabalhadores e famílias, a característica comum partilhada pelas PME serão as repercussões ao nível da liquidez. Liquidez essa necessária para assegurar empregos e manter o ritmo de projetos de inovação e iniciativas comerciais.

Crises anteriores, incluindo a SARS em 2003 ou a crise financeira de 2008, mostram que os investimentos em investigação estagnam ou são adiados por precaução ou falta de liquidez (abaixo, proporção da despesa em investigação e desenvolvimento em % no PIB, nos anos 1997 a 2017).

Fonte: Banco Mundial 15/03/2020.

 

O cocktail, combinado com as tarefas diárias de gestão bem-sucedida do negócio, revela a difícil tomada de decisões à altura das exigências.

As PME nacionais são hoje reconhecidas pela sua especialização em setores de alta intensidade tecnológica, como as tecnologias de informação e comunicações mas também pela projeção e vanguarda da indústria nacional. Destacam-se à escala europeia pelo seu desempenho inovador (https://bit.ly/2wYAkxV).

O pacote de medidas extraordinárias do Governo (https://bit.ly/38Sbn4G) apresenta um conjunto de medidas de apoio às empresas e proteção dos postos de trabalho, como a aceleração do pagamento de incentivos do Portugal 2020 ou o adiamento do pagamento de impostos, com a entrega da declaração periódica de rendimentos de IRC 2019 (declaração Modelo 22) até 31 de julho de 2020 (https://bit.ly/2WgTNV3).

Nos serviços financeiros, fruto do desenvolvimento considerável do setor nos últimos anos, existem instituições que oferecem soluções de financiamento dedicados à antecipação dos incentivos comunitários aprovados e, assim, o acesso a meios suplementares para as necessidades de tesouraria.

No Código Fiscal do Investimento, os benefícios fiscais destinados à inovação e investimento tecnológicos incluem o sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento empresarial (https://bit.ly/2WgumTJ), o qual permite a modalidade de dedução automática (ou, opcionalmente, o posterior reembolso) ao montante da coleta do IRC apurado do valor correspondente em despesas com investigação. Esta medida gera liquidez adicional no imediato.

As mais recentes perspetivas económicas, conhecidas nos últimos dias, preveêm o abrandamento económico acentuado no curto prazo e risco crescente de recessão global. Em todos os cenários, as duas variáveis desconhecidas são a duração e extensão da crise.

As PME preparadas para a turbulência atual (e futura) são aquelas que, sem demora, assegurem a liquidez necessária e antecipação aos impactos e incertezas financeiras em curso.

O desafio é a continuidade operacional sem sacrifício do desempenho inovador (e dos projetos de inovação)!

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