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Covid-19: Substituição de Henrique Martins sem relação com surto, explica António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que a substituição do presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, entidade responsável pela Linha SNS 24, estava pensada desde janeiro e “não tem nenhuma correlação” com o surto de Covid-19.
  • Twitter António Costa
7 Março 2020, 15h56

“Aproveito para esclarecer. Trata-se de um fim normal de mandato, foi um processo de substituição que estava desencadeado já desde janeiro, portanto muito antes de esta situação ter sido conhecida, e que não tem nenhuma correlação com a atual situação de crise que estamos a viver”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas no final de uma reunião com o homólogo sueco, Stefan Löfven, que decorreu na residência oficial do chefe de Governo, em Lisboa.

Na ocasião, foi questionado pelos jornalistas sobre a nomeação, por parte do Governo, de um novo conselho de administração para os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, entidade responsável pela Linha SNS 24, apanhando de surpresa o atual presidente, Henrique Martins.

Na sexta-feira, em Bruxelas, a ministra da Saúde rejeitou ter afastado o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, justificando a substituição com o fim do mandato da administração anterior.

“Não houve demissão, houve um mandato que terminou no dia 31 de dezembro de 2019 e houve uma proposta de constituição de um novo conselho de administração, que seguiu a tramitação normal”, salientou Marta Temido.

Sobre a epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus e o facto de existirem 13 pessoas infetadas em Portugal, o primeiro-ministro assegurou que as autoridades de saúde estão “a funcionar em pleno”.

“A Direção-Geral de Saúde tem vindo a dar as respostas que são necessárias, as orientações, temos os planos de contingência que estão devidamente desenhados e que vão sendo ativados em função das necessidades”, prosseguiu, salientando que até agora “não houve nenhuma situação de incapacidade de resposta por parte do Serviço Nacional de Saúde nas diferentes dimensões em que tem sido chamado a intervir”.

Alertando que, “com grande probabilidade, o número de pessoas infetadas conhecidas vão ainda estar a aumentar durante os próximos dias” e apesar de reconhecer a “gravidade desta epidemia”, António Costa defendeu que o Serviço Nacional de Saúde “tem de continuar a responder a todas as outras necessidades de outros doentes”.

Ladeado pelo homólogo sueco, o chefe de Governo português assinalou que, “é fundamental haver cada vez maior troca de informação” porque é necessário “ir aprendendo dia a dia aquilo que são os desafios colocados, as características próprias e os riscos associados a este vírus, que é novo”.

Na ótica do Costa, essa troca de informação será vital por forma a “alinhar as medidas” a tomar porque “o vírus circula através da livre circulação das pessoas”.

“E é de uma forma coordenada que temos de agir para não haver reações unilaterais de fecho de fronteira, que seriam desproporcionadas, seriam desnecessárias ou, para não as deixar de adotar se elas vierem a ser necessárias”, frisou, alargando a importância da cooperação também ao plano económico.

Este foi um dos assuntos abordados na reunião bilateral, adiantaram os governantes.

O primeiro-ministro sueco notou que o país tem “planos para cenários piores” que o atual, e salientou que o “diálogo tem de continuar diariamente entre o Governo e as entidades responsáveis pelos cuidados de saúde”.

Apontando que “a cooperação europeia é muito importante”, Stefan Löfven defendeu a necessidade de “dar às autoridades nacionais uma hipótese para dialogarem com as autoridades europeias para terem a mesma informação”, bem como com a Organização Mundial de Saúde, por forma a conseguir “conselhos semelhantes sobre como combater” este vírus.

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