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CP admite reduzir viagens se não conseguir contratar trabalhadores

O presidente da CP admitiu cortar a oferta se o Governo não autorizar, de forma rápida, a contratação para a empresa. Segundo o responsável pela empresa pública, os planos de recrutamento são “absolutamente cruciais”.
2 Maio 2019, 11h22

O presidente do conselho de administração da Comboios de Portugal (CP), Carlos Gomes Nogueira, garantiu que se os recrutamentos de trabalhadores não sejam aprovados, o mais provável é os clientes observarem uma “redução da oferta e, em consequência, o não cumprimento dos níveis de serviço preconizados no contrato de serviço público”.

Carlos Gomes Nogueira, durante a apresentação do relatório e contas referente a 2018, afirmou que a empresa se tem deparado com “fortes constrangimentos à sua atividade decorrentes do atraso na concretização de investimentos na infraestrutura ferroviária, da obsolescência e vetustez do parque de material circulante”, noticia o ‘Jornal de Negócios’ esta quinta-feira, 2 de maio.

O responsável máximo da CP diz que os pedidos para a entrada de mais trabalhadores são “absolutamente cruciais”, mas que ainda “aguardam aprovação superior”. Em 2018, saíram 55 trabalhadores vinculados no quadro da CP, por reforma ou mútuo acordo, e para a sua substituição, entraram 29.

A empresa pública pede agora a contratação de mais 88 trabalhadores, segundo o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.  O responsável por esta pasta diz que ainda só foram autorizadas 14 contratações, para as diversas categorias. A Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), por sua vez, pediu a contratação de 57 trabalhadores.

Em 2018, a CP terminou o ano com 2.683 trabalhadores, o que significa uma redução de 26 face a 2017. “Para responder às necessidades do negócio é urgente o rejuvenescimento e reforço do seu quadro de efetivos, sem os quais não será possível manter a regularidade da operação, afirmou Carlos Gomes Nogueira.

A CP registou perdas de 105,6 milhões de euros, no ano passado, o que corresponde a uma diminuição de 5,6% (6,32 milhões de euros) face a 2017, que apresentou prejuízos de 111,9 milhões de euros.

Em janeiro deste ano, foi lançado um concurso para a compra de 22 comboios, no valor de 168 milhões de euros. Com cinco empresas candidatas, o Governo prevê que estas unidades ferroviárias só sejam entregues à CP em 2022.

A empresa dos comboios de Portugal garante ainda a modernização de 25 carruagens para os serviços Intercidades, além de ter em curso o aluguer de quatro automotoras à espanhola Renfe.

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