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Credit Suisse antecipa acalmia dos mercados financeiros depois de volatilidade em 2021

Michael Strobaek, responsável global pela estratégia de investimento do Credit Suisse, antecipa que os mercados acionistas não vão dar retornos tão acentuados como no ano passado e salienta que a política monetária acomodatícia dos bancos centrais deverá manter-se, a menos que haja uma alteração da perspectiva sobre o comportamento futuro da inflação.
  • Jeenah Moon/Bloomberg
5 Janeiro 2021, 18h15

O banco suíço Credit Suisse prevê um desempenho calmo dos mercados financeiros depois de um aumento da volatilidade que se poderá registar este ano.

Numa nota de research da autoria do global chief investment officer do Credit Suisse, Michael Strobaek, o banco suíço tem uma postura pessimista quanto ao aumento da volatilidade nos mercados financeiros em 2021, antes de uma provável acalmia nos anos anos seguintes.

Embora não antecipe um “cataclismo” nos mercados como aconteceu em fevereiro do ano passado, Michael Strobaek prevê que em “2021 haverá mais volatilidade do que os optimistas projectam” desde que o vírus não sofra uma mutação que o torne mais letal ou se revele resiliente à vacina.

“No geral, eu acredito que provavelmente teremos dois a três anos de mercados globalmente calmos, com o regresso à normalidade”, depois de 2021, refere o global chief investment officer do Credit Suisse

O responsável global pela estratégia de investimento do banco suíço antecipa ainda que os próximos anos serão marcados pelo aumento da dimensão dos governos, maior dívida pública, mais impostos, menos populismo e mais governos de centro-esquerda, com reforçada intervenção na vida quotidiana das pessoas e restrições à mobilidade. E, “esperançosamente, melhores sistemas de saúde”, assinala Michael Strobaek.

Em paralelo, não é de esperar um volte-face da atitude acomodatícia da política monetária dos bancos centrais enquanto não houver alteração da perspectiva sobre o comportamento da inflação. “Depois de passarmos os próximos dois a três meses, penso que 2021 será um ano decente para os mercados se os bancos centrais não alterarem a política monetária acomodatícia, que é uma questão-chave para os mercados e só o outlook da inflação poderá alterar” esta postura, adianta o global chief investment officer do Credit Suisse.

Para 2021, o especialista em mercados financeiros antecipa que os bancos centrais vão continuar a desempenhar um “papel crucial” e determinar o rumo dos mercados acionistas, “que eu acredito que será positivo em 2021”. No entanto, Michael Strobaek não antecipa que este ano os ganhos nos mercados bolsistas sejam tão acentuados como em 2020, no qual co Nasdaq e o S&P 500 valorizaram, respectivamente, 44% e 16%.

 

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