Credit Suisse assume perdas de 4,7 mil milhões de dólares, levando à saída de dois executivos de topo

A exposição ao fundo de investimento norte-americano Archegos Capital levou à revisão em baixa das projeções de dividendos para 2021, bem como à saída de dois executivos de topo.

Jeenah Moon/Bloomberg

O Credit Suisse terá de assumir perdas de 4,7 mil milhões de dólares (3,98 mil milhões de euros) em consequência da exposição do banco ao fundo Archegos Capital, anunciou o banco esta terça-feira. O escândalo levou também à saída de vários executivos de topo da instituição financeira.

O banco antecipa agora prejuízos de 960,4 milhões de dólares (813,4 milhões de euros) no primeiro semestre do ano, depois de registar as perdas reportadas esta terça-feira.

Como consequência desta situação, o diretor executivo da secção de investimento, Brian Chin, e a responsável pelo departamento de risco e compliance, Lara Warner, abandonarão os seus cargos no imediato. O conselho executivo do banco também renunciou aos seus bónus para este ano.

Simultaneamente, os dividendos foram revistos em baixa, acomodando o impacto deste escândalo no balanço do banco. No seu relatório, o Credit Suisse antecipa dividendos de 9 cêntimos por ação.

Recorde-se que o banco suíço se encontrou envolvido na queda do Archegos Capital Management, um fundo familiar que se viu obrigado a cobrir perdas superiores a 20 mil milhões de dólares (16,94 mil milhões de euros) liquidando posições consideráveis em empresas como a ViacomCBS, cuja oferta pública de 3 mil milhões de dólares (2,54 mil milhões de euros) ficou aquém do esperado, desencadeando um efeito dominó que culminou nas perdas agora conhecidas.

As posições da Archegos Capital, que também apostara forte na Discovery, eram quase totalmente constituídas por títulos swap. Estes são normalmente significativamente alavancados e a sua compra e venda não obriga a um reporte ao regulador financeiro dos EUA, pelo que as cotadas em questão não estavam cientes das posições do fundo.

Outros bancos como o Goldman Sachs ou o Deutsche Bank também facilitaram a liquidação por parte do fundo de investimento, reporta a CNBC. Ainda assim, o Deutsche Bank afirma ter conseguido diminuir consideravelmente a sua exposição, sem incorrer em perdas assinaláveis.

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