O Credit Suisse alertou que vai registar prejuízos no segundo trimestre, o que está a conduzir as ações do banco suíço para uma desvalorização superior a 6% e o setor bancário europeu para terreno negativo. A notícia é avançada pela Reuters e comentada pelo BA&N Research Unit.
O segundo maior banco da Suíça emitiu assim hoje mais um profit warning, avisando o mercado que vai fechar o segundo trimestre com prejuízos, prolongando assim a tendência negativa que vem do ano passado. Este aviso aos investidores ocorre pelo terceiro trimestre consecutivo.
O banco suíço cita a volatilidade na área da banca de investimento devido ao impacto da guerra na Ucrânia e ao aperto da política monetária, que está a provocar uma reduzida entrada de fluxos de capital por parte dos clientes, e ainda a redução dos empréstimos no mercado asiático.
“O impacto dessas condições, juntamente com os baixos níveis contínuos de emissão no mercado de capitais e a ampliação dos spreads de crédito, deprimiram o desempenho financeiro desta divisão em abril e maio”, disse o Credit Suisse.
Estes impactos “provavelmente levarão a uma perda para a divisão de banca de investimento, bem como uma perda nos resultados consolidados do grupo no segundo trimestre de 2022”, alertou o banco que não deu uma estimativa para o prejuízo do segundo trimestre esperado.
O banco que tem como presidente-executivo do Credit Suisse, Thomas Gottstein, descreveu 2022 como um ano de “transição” no qual está a tentar virar a página dos escândalos caros do passado – Archegos Capital Management e Greensill Capital – e que trouxeram uma remodelação quase total da administração e conduziram a uma reestruturação, procurando agora reduzir a tomada de riscos, principalmente no seu banco de investimento.
O banco está a considerar uma redução de pessoal como parte do corte de custos, informou a Bloomberg na quarta-feira. O Credit Suisse recusou comentar possíveis cortes de pessoal.
As ações do Credit Suisse caem 4,98%.