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Crédito ao consumo subiu 13,5% antes da pandemia Covid-19

O crédito para a compra de carro cresceu 233 milhões, mais 8% que em fevereiro do ano passado, em 16.605 novos contratos. Já o crédito de cartões e descoberto bancário somou mais 107 milhões de euros, traduzindo-se uma subida de 15,9%, em 79.089 novos contratos.
15 Abril 2020, 12h02

A variação homóloga do crédito concedido pelos bancos aos consumidores, segundo dados de fevereiro do Banco de Portugal, foi de 645,41 milhões de euros entre crédito pessoal, crédito automóvel e cartões e descobertos bancários. Este valor traduz-se num aumento de 13,5% face ao período homólogo e um aumento de 1,2% em comparação com o mês anterior.

Como estes valores dizem respeito ao mês de fevereiro, antes de serem observados casos positivos de Covid-19 em Portugal, o novo coronavírus não teve impacto no crédito ao consumo, permitindo que este continuasse a aumentar em relação a janeiro e ao ano passado.

Em detalhe, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, o crédito pessoal subiu 14,3% para 305 milhões de euros, em 43.331 novos créditos (+15,1%). O crédito para a compra de carro cresceu 233 milhões, mais 8% que em fevereiro do ano passado, em 16.605 novos contratos (+6,9%). Já o crédito de cartões e descoberto bancário somou mais 107 milhões de euros, traduzindo-se uma subida de 15,9%, em 79.089 novos contratos (+14,1%).

A maior subida anual (+30,8%) deu-se no Crédito para a “Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos”; seguindo-se os “Outros Créditos Pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades)” que cresceram 14,2% para 407,72 milhões.

O crédito automóvel registou uma subida anual de 8,7% nos contratos para a compra de carros usados “com reserva de propriedade e outros” e uma queda de -5,6% nos contratos de ALD para compra de carros novos, fixando-se em 693 milhões o montante. O número de contratos de Locação Financeira ou ALD para carros usados também caiu -9,2% para 286 milhões de euros.

Banco de Portugal prevê recessão em 2020

A entidade gerida por Carlos Costa assumiu no fim de março que a economia portuguesa podia sofrer uma recessão de 5,7% no PIB em 2020, sendo este cenário possível. O Banco de Portugal assume que, devido à pandemia Covid-19, as perspetivas económicas para Portugal se deterioraram de forma abrupta.

O cenário mais adverso perspetivado pelo BdP refere uma paralisação mais prolongada da atividade económica em vários países, com maior destruição de capital e perda de emprego.

“A incerteza exacerbada e a complexidade que caraterizam este exercício de projeção implicam que não seja possível apresentar um cenário mais provável para a evolução da economia portuguesa”, adiantou o Boletim Económico do BdP.

Ainda assim, o BdP aponta um cenário base, em que estima uma redução de 3,7% do PIB real. “Assume-se que o impacto económico da pandemia é relativamente limitado, o que decorre, em parte, da hipótese de que as medidas adotadas pelas autoridades económicas são bem-sucedidas na contenção dos danos sobre a economia”, acrescentando que “a economia portuguesa apresenta um crescimento ainda fraco em 2021 (0,7%), recuperando mais notoriamente em 2022 (3,1%)”.

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