A Crédito y Caución prevê que o crescimento do PIB na Índia em 2023 sofra um abrandamento até 4,4% dos 7% alcançados em 2022, devido à rápida deterioração do contexto mundial e ao abrandamento da procura interna.
“O país atravessa uma debilidade generalizada na indústria manufatureira, com taxas de utilização da capacidade de produção muito abaixo dos 80%, que dão base à opinião de que o crescimento do investimento privado continua a ser fraco”, avança a seguradora de crédito nesta quarta-feira, 18 de janeiro, esperando que a inflação se situe num valor médio de 6,9% em 2022, antes de baixar até aos 5,5% em 2023.
2A elevada inflação, que pesa sobre o crescimento do rendimento real, provavelmente arrastará para baixo o crescimento do consumo das famílias em 2023. É previsível que os consumidores se mostrem mais cautelosos dado o endurecimento da política monetária e as elevadas pressões sobre os preços”, frisa.
Segundo a Crédito y Caución, tanto as exportações como as importações apresentam uma “dinâmica fraca”, considerando, por isso, “provável” que a queda dos preços das matérias-primas e o “debilitar” da procura interna limitem as importações nos próximos meses. Contudo, o relatório prevê que as exportações tenham um desempenho ainda pior dada a recessão das economias avançadas, o que previsivelmente, diz, “empurrará” o défice por conta corrente para 3,5% do PIB em 2022. 2A dureza da política monetária norte-americana vai manter a rupia sob pressão face ao dólar. Dado que a Índia acumulou importantes reservas de divisas, não se prevê que isto ponha em perigo a sua posição externa”, avança.
Em resposta à inflação, recorda, o Banco da Reserva da Índia (RBI) subiu a taxa de juro oficial várias vezes em 2022, mas com a diminuição dos constrangimentos sobre a oferta mundial e a estabilização das expetativas quanto à inflação interna, os argumentos, diz, “para continuar com um endurecimento da política monetária perderam terreno”.
“Portanto, não esperamos mais subidas das taxas de juro em 2023. O défice fiscal continuará a ser relativamente elevado a curto prazo, com uma previsão de 7,2% em 2023. Isto suscita inquietação quanto à sustentabilidade da dívida da administração pública, que se aproxima de 90% do PIB. Se o crescimento do PIB nominal diminuísse no futuro de forma persistente, a evolução da dívida deixaria de ser sustentável”, conclui.