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Crescimento do fosso entre ricos e pobres marca eleições em Itália

O fosso entre ricos e pobres tem vindo a aumentar nos últimos anos e o fenómeno pode ter um efeito decisivo nas eleições deste domingo, dia 4 de março.
4 Março 2018, 11h00

Itália é a nona maior economia mundial, mas, por detrás deste status, esconde-se uma realidade alarmante: o enorme fosso entre ricos e pobres. O fenómeno tem vindo a aumentar nos últimos anos e pode ter um efeito decisivo nas eleições deste domingo, dia 4 de março.

Os dados do gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat, mostram que, no final do ano passado, havia 10,4 milhões de italianos a viver abaixo do limiar da pobreza. Tendo em conta estes indicadores, os critérios de distribuição de riqueza têm estado em debate na campanha para as eleições em Itália, com os principais partidos a fazerem propostas para travar o problema.

“Em Itália, um reduzido número de italianos ganha muito dinheiro, enquanto a maioria é mal paga pelo trabalho que faz”, afirma Pier Giorgio Ardeni, professor de economia política na Universidade de Bolonha à Associated Press. “Enquanto os salários dos trabalhadores qualificados aumentaram nos últimos anos, o pagamento pelo trabalho não qualificado diminuiu”.

Massimiliano Signifredi, que trabalha na instituição de caridade católica Sant’Egidio há quase 50 anos, conta à Associated Press que nunca antes se registou uma subida tão significativa no número de pessoas que recorrer à instituição para pedir ajuda. “Existe uma tendência preocupante. As pessoas estão a sair de casa e a começar uma família cada vez mais tarde, muitas vezes, ultrapassando a barreira dos 30 anos”, afirma, notando que “os avôs têm cada vez mais de apoiar os seus netos”.

As propostas apresentadas variam entre a implementação do rendimento básico universal, que o Movimento Cinco Estrelas (de extrema-direita) quer implementar caso venha a ser eleito, às promessas de revisão do salário mínimo pelo partido democrata italiano. As sondagens colocam o Partido Democrático, liderado por Matteo Renzi, à frente nas intenções de voto, com 23%.

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