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Criadores do ChatGPT defendem criação de regulador global para a IA

A Inteligência Artificial não se vai auto-governar, alertam os fundadores da OpenAI, empresa que detém o ChatGPT. O futuro, dizem, passa pela criação de um órgão regulatório global, como aquele que já existe para a energia nuclear.
23 Maio 2023, 13h36

Os fundadores da OpenAI, a empresa por detrás do controverso, mas caricato ChatGPT, alertam que a Inteligência Artificial (IA) não se irá auto-regular e que importa pensar na criação de um órgão regulador a nível global, tal como já existe para outras áreas de desenvolvimento, como é o caso da energia nuclear.

A velocidade a que a IA se tem desenvolvido motivou já inúmeros especialistas, líderes e políticos a alertar para os possíveis riscos que podem surigr de um desenvolvimento desenfreado e não-regulado. Desde o surgimento e viralização da ferramenta criada pela OpenAI, no final do ano passado, vários países já baniram a sua utilização e outras tantas organizações proibiram os seus colaboradores de recorrer à mesma.

É o caso da Rússia, China e Itália. Do lado empresarial, empresas tecnológicas como a Apple, Samsung e Amazon já fecharam o ChatGPT numa gaveta, de acordo com o ‘Wall Street Journal’. Outros como a Accentura, Deutsche Bank e JPMorgan Chase seguiram o mesmo caminho.

Numa publicação feita esta segunda-feira no blog da empresa, alerta-se para os desafios da governação e regulação da ‘superinteligência’, um termo que tem sido anexado a ferramentas de IA que, à semelhança do ChatGPT, têm capacidades que superam largamento as de modelos generativos tradicionais, como os clássicos chatbots a que já nos habituámos.

A missiva é assinada pelo fundador da OpenAI, Sam Altman, pelo presidente Greg Brockman e pela responsável científica, Ilya Sutskever, que explicam que o ritmo da inovação na área da IA está tão acelerado que não podemos contar com a capacidade das autoridades existentes de domarem adequadamente a tecnologia.

“Precisamos de algum grau de coordenação entre os líderes do desenvolvimento, para garantir que esse desenvolvimento da superinteligência ocorre de uma forma que nos permita manter a segurança e apoiar a integração suave destes sistemas na sociedade”, consideram.

“É provável que eventualmente necessitemos de algo à imagem da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) para os esforços da superinteligência”, continuam os responsáveis. “Qualquer esforço acima de uma determinada capacidade de computação deve ser sujeito a uma autoridade internacional que seja capaz de inspecionar os sistemas, exigir auditorioas, avaliar compliance e parâmetros de segurança e até definir limites ao ritmo de desenvolvimento”, lê-se na publicação.

A IAEA é órgão oficial das Nações Unidas para a colaboração internacional nos assuntos relacionados com a energia nuclear. Um regulador para a IA construído à imagem desta agência pode não ter autoridade para desligar a ficha a um player que não cumpra as regras, mas poderá estabelecer e monitorizar o cumprimento de padrões e acordos internacionais, algo que os três responsáveis consideram ser um bom ponto de partida.

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