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Criptomoedas: ameaça ou oportunidade?

A emergência de ativos como a bitcoin vai ser um dos desafios para investidores, intermediários financeiros e bancos centrais no próximo ano, segundo o Investment Outlook 2018, do Credit Suisse.
25 Novembro 2017, 19h00

A questão – se as critomoedas são uma ameaça ou uma oportunidade – é colocada pelo Crédit Suisse, no Investment Outlook 2018, que identifica o ativo digital como uma tendência que se deverá manter no próximo ano. Sendo a questão abrangente a investidores, empresas e reguladores, a resposta parece ser: ambos.

Apelidados como um investimento “exótico” pelos analistas do Crédit Suisse, consideram que “devido à segurança e aos baixos custos, as moedas digitais deverão trazer vantagens significativas para as transações financeiras”.

A tecnologia blockchain, que armazena informações online num sistema fechado e é a base das criptomoedas, poderá eliminar a necessidade de intermediários financeiros, incluindo trocas financeiras centralizadas já que os clientes poderão transacionar valor sem recurso a instituições financeiras, segundo o outlook.

“É por isso que várias networks bancárias estão elas próprias a considerar se e como introduzir moedas digitais”, referem os analistas do Crédit Suisse. “Os bancos centrais também estão a estudar a possibilidade de transitar para o dinheiro digital, até porque o seu monopólio monetário está a ser ameaçado”.

Para os bancos centrais, as opções que estão a ser estudadas incluem-se a oferta de contas de criptomoeda ao setor privado diretamente ou em cooperação com os bancos. “Ao orientar com precisão o fornecimento de dinheiro digital, o nível de preços pode ser estabilizado de forma mais eficaz”, avaliam.

“No caso de um choque deflacionário, o acumulação de dinheiro poderia ser evitada mediante a cobrança de participações em moeda digital (ou seja, impondo juros negativos) ou fornecendo mais dinheiro digital para o público (“dinheiro de helicóptero”). Uma central de criptografia de um banco central, bem gerida, poderia “afastar” a volatilidade das criptomoedas privadas como meio de troca”.

No entanto, a pressão regulatória representa um risco adicional porque o fornecimento de criptomoedas é limitado por algoritmo e os custos de armazenamento estão próximos de zero. “Mesmo assim algumas poderão sobreviver e até mesmo dar-se bem como um investimento exótico”, acrescenta o Crédit Suisse.

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