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Crise energética. Alemanha pondera prolongar vida útil de reatores nucleares

Os três reatores têm fim de vida previsto para o final do ano e representavam 6% da produção de energia da Alemanha no primeiro trimestre de 2022. O receio de um corte completo de gás russo tem dado força aos defensores do prolongamento deste tipo de energia no país.
18 Julho 2022, 17h14

A Alemanha pondera estender a vida dos três reatores nucleares ainda em funcionamento, disse o Ministério da Economia esta segunda-feira, numa altura em que o apoio público aumenta face a um possível corte de gás russo, avança a “Reuters”.

Os reatores nucleares — que representavam 6% da produção de energia da Alemanha no primeiro trimestre de 2022 — têm fim de vida previsto para o final do ano, depois de a ex-chanceler Angela Merkel ter prometido eliminar gradualmente a energia nuclear no país após o desastre  nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011.

Uma primeira avaliação do Ministério da Economia e do Ambiente, em março, não recomendou prolongar a vida útil dos reatores, citando desafios legais, de licenciamento e seguros, a necessidade de verificações de segurança extensas e possivelmente caras, e a falta de barras de combustível para manter os reatores a funcionar.

Contudo, o corte no fornecimento de gás russo para a Alemanha através do Nord Stream 1 mudou o cenário e a Europa receia uma crise energética este inverno.

Por isso, a Alemanha solicito uma segunda avaliação da viabilidade da energia nuclear, segundo o Ministério. “Vamos agora calcular novamente e tomar uma decisão com base em factos claros”, disse um porta-voz, acrescentando que os resultados da nova avaliação são esperados dentro de algumas semanas.

A nova avaliação considerará o impacto potencial dos preços mais altos do gás nos preços da eletricidade, interrupções mais graves no fornecimento de gás e uma interrupção na produção de reatores nucleares franceses, revelou um documento do Ministério da Economia visto pela agência noticiosa.

O teste de stress também considerará a situação especial no sul da Alemanha e no estado da Baviera, detentor do reator nuclear Isar II, o qual depende de centrais termoelétricas e tem poucas centrais a carvão e baixa produção de energia eólica. Nesta linha, o ministro da Economia da Baviera, Hubert Aiwanger, pediu no domingo que o governo federal prolongue a vida útil dos reatores nucleares.

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