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CTT aprova dividendo com oposição de 7% dos acionistas

Após um tombo de 56% no lucro líquido no ano passado, o CEO Francisco Lacerda confirmou o corte de 21% no dividendo. A proposta foi aprovada em assembleia geral, mas foi contestada por um grupo de acionistas.
  • Cristina Bernardo
18 Abril 2018, 17h08

Os CTT – Correios de Portugal aprovaram esta quarta-feira em Assembleia Geral as contas relativas a 2017 e o pagamento de um dividendo aos acionistas de 38 cêntimos por ação. No entanto, a reunião ficou marcada pela oposição de um grupo de pequenos investidores à estratégia da empresa. Entre os pontos mais polémicos está exatamente o dividendo.

“Manifestámos as nossas preocupações, na Assembleia, sobre os resultados, a estratégia e a política de dividendo”, explicou Gonçalo Sequeira Braga, um dos promotores do grupo de acionistas individuais que contesta a gestão de Francisco Lacerda, sobre a assembleia geral, que durou mais de três horas.

Após um tombo de 56% no lucro líquido no ano passado, o CEO Francisco Lacerda confirmou o corte de 21% no dividendo, que já tinha sido admitido no ano passado, levando as ações a afundarem mais de um quinto numa só sessão.

Para evitar que a situação se repita, o operador postal decidiu passar a pagar um dividendo em função do resultado, ou seja de um rácio de payout, deixando de prometer um valor absoluto.

“Todas as propostas foram aprovadas por maioria, mas 10% manifestou-se contra a política de remunerações e 7% contra os dividendos”, referiu.

Após a reunião, as ações da empresa acabaram por fechar com uma valorização de 1,09% para 2,972 euros, a aliviar a pressão das recentes perdas. Os resultados, a contestação interna e as revisões em baixa das avaliações dos analistas levaram os títulos do operador postal a negociarem pela primeira vez abaixo dos três euros na semana passada, sendo que na terça-feira tocaram o valor mais baixo de sempre, nos 2,944 euros.

Sem outras hipóteses imediatas para contestar a estratégia Sequeira Braga diz que o grupo de pequenos investidores vai continuar atento e a acompanhar a gestão dos CTT. “Estamos muito curiosos para ver os resultados do primeiro trimestre”, acrescentou sobre as contas do período entre janeiro e março que serão conhecidos a 2 de maio.

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