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CTT e Semapa animam bolsa de Lisboa, Europa veste-se de verde

Petróleo ajuda empresas energéticas. Os CTT que vendem a sua sede por 25 milhões e já não estão em risco de voltar para as mãos do Estado, continuam a escalar e a liderar as subidas no PSI 20. Europa fecha no verde.
  • José Manuel Ribeiro/Reuters
18 Dezembro 2017, 17h12

As acções dos CTT e da Semapa subiram hoje mais de 3%. No caso dos CTT os títulos valorizaram 3,99% para 3,411 euros devido à concretização da venda da antiga sede dos correios nacionais, num valor global de 25 milhões de euros. Os imóveis localizam-se na Rua de São José, em Lisboa.

Por outro lado os CTT estão a beneficiar do resultado da votação no Parlamento que chumbou o regresso da gestão da empresa às mãos do Estado, que a esquerda pretendia ver aprovado na Assembleia da República.

Já a Semapa de Pedro Queiroz Pereira valorizou 3,13% para 18,3 euros.

Numa sessão em que apenas dois títulos caíram (Jerónimo Martins perdeu -0,62% e a Corticeira Amorim caiu -0,61%), o destaque vai para as ações da Navigator que ganharam 1,89%; a EDP Renováveis valorizou 1,97%; a Sonae Capital subiu 1,26% (a beneficiar de uma revisão do fair value da empresa feito pela Caixa BI); a REN ganhou 1,11%; e o BCP saltou 0,76% para 0,2650 euros.

O Caixa BI diz hoje da Sonae Capital que  na revisão incorpora as tendências operacionais observadas nos resultados do 3º trimestre de 2017 e também a
oportunidade de rever o valor justo da Sonae Capital para o ano 2018, para 1,05 euros
por ação (inclui desconto de 20% de small cap e de pertencer a um conglomerado).

Com tudo isto o PSI 20 valorizou 0,80% para 5.428,89 pontos, de resto em linha com a Europa que se vestiu de verde. O índice global EuroStoxx 50 subiu 1,37% para 3.609,4 pontos. As ações da Louis Vuitton destacam-se ao subir 3,63%

O Dax ascendeu 1,59% para 13.312,30 pontos. O CAC 40 ganhou 1,33%; O FTSE de Londres subiu 0,62% para 7.537 pontos; o FTSE MIB de Milão ascendeu 1,34%; a bolsa da Holanda valorizou 0,84% e o espanhol Ibex  subiu 0,92% para 10.244,1 pontos.

Steven Santos, gestor do BiG, diz que “os ganhos no Velho Continente foram liderados pelo alemão DAX 30, apesar da valorização do par EUR/USD que se fez sentir ao longo da sessão. Na Alemanha, a componente com maior valorização foi o Deutsche Bank, beneficiando da ruptura de uma resistência técnica e do início de cobertura por um banco de investimento internacional”.
Segundo Steven Santos, “nos últimos dias de negociação do ano, os investidores procuram reforçar a exposição a acções. À medida que nos aproximamos do fecho das carteiras de investimento no fim do ano, ninguém quer ficar de fora num ano francamente positivo para os activos de risco”.

“O segundo índice bolsista mais positivo no dia de hoje foi o dinamarquês, depois de a eólica Vestas ter recebido uma encomenda de 375 MW da Suécia, cujas condições financeiras não foram reveladas”, explica o gestor.

Por seu turno, o gestor da XTB João Tenente, escrevia hoje na sua análise que “os investidores sentem-se agora mais otimistas depois de a FED ter aumentado as taxas de juro, criando uma sensação de estabilidade. Os investidores acreditam que este aumento da taxa não irá prejudicar o crescimento económico reflectindo-se num movimento em alta dos índices. O mercado europeu, como foi referido, vai andar mais dependente dos mercado norte-americano depois do BCE não ter aumentado as taxas de juro na Europa revelando alguma fragilidade”.

O gestor avança ainda que o setor energético segue o disparo em alta do petróleo. O Brent de Londres sobe 0,27% para 63,4 dólares e o West Texas na NYSE sobe 0,03% para 57,32 dólares.

Portugal continua com juros soberanos a 10 anos abaixo dos italianos. As yields portuguesas estão em 1,74% (baixou 3,5 pontos base depois da Fitch ter surpreendido com a melhoria do rating em dois níveis) e as bonds italianas a 10 anos estão nos 1,79% (baixaram 0,9 pontos base). Espanha com juros de 1,42% (descem 2,2 pontos base). Já a dívida alemã está nos 0,30% tendo os juros aumentado 0,7 pontos base. Desta forma o prémio de risco da dívida dos países periféricos (medido pelo spread face à dívida alemã a 10 anos) melhorou.

(actualizada com as declarações de Steven Santos)

 

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