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CTT investem 5 milhões para serem ‘player’ ibérico de referência

Empresa tem 51% do mercado nacional e quer ter implantação ibérica. É esse o foco para 2018 e foi por isso que os investimentos foram feitos.
  • Rafael Marchante/Reuters
20 Dezembro 2017, 07h05

Os CTT – Correios de Portugal definiram como prioridade para o próximo ano posicionarem-se como um player de referência ibérico no comércio eletrónico (e-commerce), tendo como ponto de partida a liderança do mercado português. Para cumprir esse objetivo, nos últimos dois anos – 2016 e 2017 – a empresa liderada por Francisco Lacerda investiu cerca de 5 milhões de euros, não só no mercado nacional, mas também nos serviços de e para o estrangeiro.

Em Portugal, os CTT são líderes do segmento de e-commerce, com uma quota de mercado de cerca de 51%.

O mercado português de comércio eletrónico B2C (das empresas para os consumidores) cresceu a uma taxa média anual de 12,6%, entre 2010 e 2015, atingindo, no ano passado, um valor global na ordem dos 3,6 mil milhões de euros. Segundo estimativas da IDC – feitas em 2015 –, o mercado deverá continuar a crescer a uma taxa média anual de 10,1% até 2020, quando atingirá cerca de 5,4 mil milhões de euros.

Os CTT consideram que existe uma clara oportunidade de crescimento neste segmento, pela diferença entre a realidade portuguesa – e espanhola – e a aquela que é a média europeia. Segundo dados da consultora McKinsey, o número de encomendas per capita em Portugal é um décimo da média europeia, enquanto o valor de Espanha é um quarto da média europeia. Para comparação, no mercado português estamos a falar de uma encomenda per capita, enquanto em Espanha o número é quatro vezes superior; a média europeia é de 10 encomendas per capita, mas no Reino Unido chega às 18 e na Alemanha às 22.

O mesmo estudo aponta que a penetração das vendas online no retalho total, tanto em Portugal como em Espanha, está muito abaixo da média europeia de 7%. Tanto deste como do outro lado da fronteira o indicador é de 3%.

CTT crescem a dois dígitos

Isto quer dizer que, por um lado, existe um “forte potencial para crescimento no que respeita à predisposição dos consumidores para comprar online”, mas também que “os retalhistas domésticos ainda têm uma margem de progressão na venda online”.

Os CTT têm aproveitado esta tendência de expansão. Em volume, o tráfego com origem internacional cresceu 11% em 2015 e 15% em 2016; as entregas em Portugal aumentaram 13% e 14%, nos mesmos períodos. Este ano, nos primeiros nove meses – última informação que conseguimos apurar –, o ritmo de crescimento mais do que duplicou: o tráfego com origem internacional aumentou 38% e o e-commerce delivery em Portugal cresceu 33%. Olhando para a Península Ibérica, o número de clientes expedidores aumentou 26%, desde 2015, para 1.121.

“A adaptação a esta realidade levou os CTT, como operador mais capilar que quer reforçar a liderança no comércio eletrónico, a colocar os seus trunfos no e-commerce e a lançar a solução CTT E-Segue”, disse o diretor de E-commerce dos CTT, Alberto Pimenta, ao Jornal Económico.

Novas soluções tecnológicas testadas

Só na agilização de processos e operações, os CTT investiram 2 milhões de euros. Também investiram 2 milhões de euros no reforço da oferta nacional – três quartos do valor referido – e na oferta cross border. Além disso, foram ainda reforçados aspetos ligados à “conveniência do cliente”.

“Os consumidores querem comodidade e preço, e valorizam muito as soluções que se adaptam ao seu dia a dia. Receber a encomenda tem de ser tão conveniente e prático como comprá-la”, diz Alberto Pimenta. Daí as soluções tecnológicas em que a empresa tem apostado.

O CTT E-Segue, referido por Pimenta, foi introduzido em janeiro de 2007 e permite aos vendedores terem uma solução de distribuição que coloca o comprador no controlo do processo de receção das encomendas, permitindo-lhe alterar, por exemplo, a hora e o local de entrega a qualquer momento, através de uma aplicação móvel.

Em novembro, a empresa portuguesa lançou o serviço SuperXpress de entregas no mesmo dia – que se encontra ainda em fase piloto – para entregas geradas por consumidores ou por fluxos de e-commerce. Os pedidos são processados automaticamente e alocados ao estafeta mais bem posicionado.

Outro piloto, lançado no mesmo mês, é o de cacifos automáticos, denominado “Parcel Lockers”. São 5 cacifos automáticos para receção de encomendas que estão instalados em Lisboa, que permite aos clientes levantarem as encomendas a qualquer hora do dia.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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