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Da esquerda à direita. Partidos deixam críticas a ministros reconduzidos e lançam farpas a Medina

Os deputados já reagiram à lista dos nomes que irão compor o próximo Governo de António Costa. Ao JE, os representantes partidários apelam a uma “mudança de postura” aos ministros reconduzidos e outros criticam a escolha de Medina para a pasta das Finanças.
24 Março 2022, 17h17

O novo executivo de António Costa, que deve assumir funções a 30 de janeiro, tem 17 ministros e 38 secretários e muitas caras conhecidas. Da direita à esquerda os partidos com representação parlamentar não ficaram indiferentes e comentaram as escolhas do primeiro-ministro.

PSD pede que ministros reconduzidos mudem de postura

Ministros tal como Marta Temido, na Saúde, ou Pedro Nuno Santos, na pasta das Infraestruturas e e Habitação foram reconduzidos ao cargo. A estes ministros o PSD deixa um recado: mudem de postura.

“É evidente que o Partido Socialista procurou solução com indicação de ministros, uma solução interna. Isso é mais do que obvio. Resta saber se para além dos novos nomes que encontram em funções também aqueles que ficam em funções saibam mudar de postura”, disse o deputado Nuno Carvalho.

“Por exemplo, no caso da saúde verificamos que ao ficar a mesma ministra é impossível que ela mantenha o mesmo comportamento”, explicou o social democrata.

IL considera que novo Governo está longe de ser a task force prometida por Costa

“É de facto mais curto, essa era uma promessa do primeiro-ministro, mas recordo que [António Costa] falou de uma task force, um Governo verdadeiramente compacto e se olharmos para a composição e extensão deste Governo , não temos nada disso“, referiu Rui Rocha, deputado eleito e membro da comissão executiva da IL.

Rui Rocha sublinha que “António Costa apresenta o segundo maior Governo da história da democracia. Portanto, estamos a falar de um Governo demasiado extenso”.

Quanto a mudanças de ministros, Rui Rocha referiu que “alguns ministros vão assumir pastas fundamentais e partem [para o cargo] já condicionados, com o seu capital político alvo de bastante erosão”.

BE diz que prova dos nove do Governo ainda está para vir

“Este Governo, como qualquer outro, fará a sua prova nas medidas concretas”, sublinhou Pedro Filipe Soares, acrescentando que o novo executivo “provará ser bom ou mau para o país consoante as medidas concretas que irá levar a cabo”

“Sabemos é que o contexto atual será difícil, é um contexto de escalada de preços de bens essenciais, de combustíveis, de energia, mas também de produtos alimentares, por exemplo, da necessidade de salvaguardar sectores mais frágeis na nossa sociedade do ponto de vista económico, do ponto de vista social, dessa escalada de preços, de resposta a uma crise na Europa em que Portugal também deve participar, de resposta a problemas estruturais que já existiam”, destacou o deputado do BE.

PCP diz que ministros reconduzidos “não tiveram a resposta necessária” para resolver problemas

“Há vários membros do Governo que hoje são do Governo e que a perspetiva perante a apresentação é que se mantenham no Governo. Estamos a falar nas várias áreas, de pessoas que já tiveram responsabilidades políticas e que nas várias áreas perante os problemas não tiveram a resposta necessária. No geral parece-nos que não é um bom indicador”, disse a deputada Paula Santos.

Ministérios à parte o PCP refere que o mais importante prende-se com as políticas que o novo executivo pretende levar a cabo. “Independentemente da apreciação relativamente à composição concreta, em relação aos membros, aquilo que nos parece importante salientar é de facto: qual a política é que o Governo vai executar?”, questionou-se a deputada do PCP.

PAN crítica escolha de Medina para pasta das Finanças

“O ministério das Finanças teve uma alteração significativa neste caso de Fernando Medina. No nosso entender é um erro crasso que António Costa está a cometer”, referiu Inês de Sousa Real.

Segundo a líder do PAN a escolha do ex-autarca para a pasta das Finanças é um erro “não só pelo facto do mandato de Fernando Medina na Câmara Municipal de Lisboa, ter sido marcado pela falta de diálogo”, mas também pelos motivos “associados ao final do mandato de Fernando Medina, nomeadamente a informação dos nomes dos ativistas da embaixada russa”.

Chega diz que novo Governo não traz novidades e que escolha de Medina para as Finanças parece “brincadeira”

O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, defendeu que o Governo não trazia novidades. “A única diferença que encontramos é a de que já não é apoiado pelo BE e pelo PCP, é de maioria absoluta, mas é basicamente a mesma coisa porque nas pastas estratégicas os ministros mantêm-se.”

Quanto ao antigo autarca de Lisboa, Pedro Pinto considerou que a escolha de Medina parecia uma “brincadeira de mau gosto”.

“Se fosse dia 1 de abril até acreditaríamos que Fernando Medina podia ser ministros das Finanças, porque com aquilo que deixou em Lisboa, um legado de dívidas na câmara e uma quase venda aos russos de variadíssimas coisas, isto é quase uma brincadeira de mau-gosto de António Costa com os portugueses”, afirmou Pedro Pinto.

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