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Dandong: A cidade norte-coreana que está a ser asfixiada pelas sanções económicas da China

A cidade, localizada no norte do país, enriqueceu graças ao surpreendente crescimento económico da China, mas as sanções económicas impostas pela China, a pedido da ONU, vieram pôr fim à ‘boa bonança’.
3 Fevereiro 2018, 12h00

O presidente norte-americano, Donald Trump, tem pressionado a China para que endureça as sanções à Coreia do Norte e, apesar do republicano negar haver uma alteração na postura do Governo chinês, esta já se começa notar. Exemplo disso é a cidade de Dandong, que durante anos foi um importante centro comercial mas que está hoje asfixiada pelo embrago comercial e luta para se reinventar.

A cidade, localizada na província de Liaoning, no norte do país, enriqueceu graças ao surpreendente crescimento económico da China e tentou tirar partido da sua proximidade geográfica para tentar acompanhar também esse ritmo de crescimento. E durante alguns anos conseguiu. A China tornou-se o principal parceiro comercial da Coreia do Norte e novas lojas foram abertas para dar resposta à crescente procura. No entanto, as sanções económicas impostas pela China vieram pôr fim à ‘boa bonança’.

O primeiro abalo deu-se com o corte das importações de minerais norte-coreanos. Em meados de setembro, a China anunciou que ia proibir as importações de carvão e outros minérios da Coreia do Norte, dando cumprimento ao pacote de sanções económicas aprovadas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Costumava importar carvão da Coreia do Norte, mas no ano passado a China proibiu as importações”, afirma à ‘CNN’ um empresário de Dandong. Mas foi apenas o primeiro ataque à economia norte-coreana. “A seguir aos produtos minerais, vieram os produtos agrícolas e peixe – basicamente todas as importações foram banidas. Disse para mim mesmo: estou tramado”, conta.

As lojas e restaurantes começaram a fechar e muitos norte-coreanos ficaram sem emprego. “Tive de pedir a reforma antecipada”, conta uma norte-coreana, que trabalhava na região há mais de dez anos. “Desta vez, a China está a levar as sanções da ONU muito a sério”, assegura.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, veio lembra em agosto que “a China mais do que ninguém vai pagar um preço” pela implementação das sanções à Coreia do Norte. Em dezembro, o comércio de mercadorias entre os dois países caiu mais de 50%, em comparação com o período homólogo. É esperado que essa tendência se mantenha.

Contudo, permanecem sérias dúvidas quanto à contribuição destas sanções para que a Coreia do Norte desista do seu programa nuclear. Apesar dos entraves comerciais que o regime chinês tem vindo a aplicar a Pyongyang, o país tem continuado a investir em novas tecnologia de armamento e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, não dá sinais de quer encetar conversações para o desmantelamento do seu programa nuclear.

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