A agência de notação financeira DBRS decidiu manter inalterada a avaliação dos títulos de dívida portugueses, que havia sido revista no ano passado para ‘A (baixo)’, ou seja, três níveis acima de lixo especulativo. Também as perspetivas económicas se mantiveram ‘estáveis’, tal como projetado pela generalidade dos analistas.
A economia nacional deve continuar a crescer em 2023, apesar dos choques negativos a que tem estado sujeita, sobretudo a subida generalizada de preços causada pela invasão russa da Ucrânia, projeta a agência canadiana. A trajetória de redução da dívida também é mencionada como um fator positivo para as finanças públicas nacionais, com a DBRS a antecipar que o rácio em relação ao PIB caia para 100% a meio desta década.
Ainda assim, “o stress nas finanças pessoais das famílias decorrente da subida rápida de juros em créditos com taxa variável é uma preocupação importante”, sublinha a nota da instituição financeira, embora a solidez do mercado laboral e as medidas de renegociação decretadas pelo Governo mitiguem este risco, bem como a maior saúde e robustez da banca nacional.
Os fundos europeus podem funcionar como um impulso no crescimento, continua a DBRS, constituindo um risco ascendente à previsão da agência para a economia portuguesa em 2023.
Esta foi a primeira avaliação de 2023, depois de DBRS, S&P e Fitch terem subido a notação dos títulos portugueses na segunda metade do ano passado. À altura, a recuperação acima do esperado do turismo impulsionou as melhorias, explicaram estas instituições financeiras, sendo que agora a expectativa geral era que o rating nacional não viesse a sofrer alterações.
[notícia atualizada às 21h14]