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DBRS sobe rating de Portugal para “A” e Outlook passa para “estável”. Medina elogia

A agência de notação financeira DBRS melhorou esta sexta-feira o ‘rating’ que atribui ao risco da dívida da República Portuguesa para A (low). “Este é um marco para a avaliação da dívida pública aos olhos dos investidores e mais um importante sinal de confiança internacional em Portugal”, afirma o Ministro das Finanças.
26 Agosto 2022, 21h42

A DBRS reviu em alta o rating de longo prazo da dívida portuguesa, passando de “BBB” (high) para “A” (low) e mudou a tendência de “Positivo” para “Estável”.

A DBRS é assim a primeira agência de ‘rating’ a colocar o risco da dívida portuguesa nos níveis de A, seis meses depois de ter melhorado a perspetiva para ‘positiva’. “Num momento de elevada incerteza global, a decisão sublinha a confiança internacional que Portugal continua a conquistar com a estratégia financeira do Governo na gestão das contas públicas”, realça o Ministro das Finanças, Fernando Medina, em comunicado.

Ao mesmo tempo a DBRS confirmou os ratings de emissor de curto prazo em R-1 (baixo) com tendências estáveis.

As actualizações das classificações “reflectem a avaliação da DBRS Morningstar de que as vulnerabilidades de crédito a Portugal ligadas a choques externos estão a diminuir e as perspectivas macroeconómicas estão a melhorar”.

De acordo com a DBRS, esta decisão deve-se à gestão da política orçamental, destacando que a deterioração orçamental de 2020 se deveu ao impacto da pandemia da covid-19 e que o défice diminuiu rapidamente em 2021, estando a execução orçamental deste ano, até ao momento, em linha com a de 2019.

“A agência de notação sublinha também a vantagem de o país beneficiar de um quadro de forte estabilidade política, bem como o seu comprometimento com as regras de governação económica da União Europeia”, segundo um comunicado das Finanças.

A DBRS justifica ainda a decisão com a evolução da dívida e da liquidez, “dando nota da melhoria mais rápida do que o esperado da posição financeira da República”, refere o Governo.

“A agência de notação financeira reconhece que os encargos com juros diminuíram nos últimos anos, considerando que o perfil de financiamento com maturidades médias longas mitiga o risco associado à um contexto de condições de financiamento mais restritivo”, adianta o Ministério.

“Após a grave contração económica de 8,4% em 2020, a recuperação tem sido forte. O PIB cresceu 4,9% no ano passado e a Comissão Europeia (CE) prevê que a economia cresça 6,5% este ano”, reconhece a DBRS.

“O choque de preços exacerbado pela invasão russa da Ucrânia causará provavelmente uma paragem no crescimento durante o segundo semestre do ano. No entanto, a sucessão de crises não parece ter infligido danos a longo prazo à economia portuguesa”, defende a agência de rating canadiana.

O crescimento económico e a melhoria do balanço das contas públicas em 2021 iniciaram um regresso a uma acentuada trajectória descendente do rácio da dívida portuguesa face ao PIB. “Sob as premissas atuais, espera-se que a dívida do governo caia abaixo do nível pré-pandemia de 2019 até 2023, uma descida de quase 20 pontos percentuais em percentagem PIB em relação ao pico em 2020. Os blocos de construção de liquidez são os principais fatores para as atualizações”.

Segundo os pressupostos actuais, “a dívida pública deverá descer abaixo do nível pré-pandémico de 2019 até 2023, um declínio de quase 20 pontos percentuais do PIB em relação ao pico de 2020”, defende a DBRS.

As melhorias na “Gestão e Política Fiscal” e os blocos de construção de “Dívida e Liquidez” são os factores chave para as actualizações pela DBRS.

“A tendência Estável reflecte a nossa opinião de que os riscos para as notações estão equilibrados”, refere a agência.

A adesão de Portugal à área do euro e a sua adesão ao quadro de governação económica da UE apoiam os ratings e ajudam a promover políticas macroeconómicas credíveis e sustentáveis.

No entanto, ressalva a agência, “as principais vulnerabilidades incluem uma dívida pública elevada e um potencial de crescimento económico relativamente baixo. Estas questões podem tornar-se mais difíceis de gerir se as consequências adversas das crises se revelarem duradoiras”.

Medina elogia evolução do rating

“Onze anos depois, Portugal volta a ter a sua dívida pública considerada como um investimento de qualidade dos grupos de notação A. Este é um marco para a avaliação da dívida pública aos olhos dos investidores e mais um importante sinal de confiança internacional em Portugal”, afirma o Ministro das Finanças, acrescentando que “os efeitos positivos nas taxas de juro da dívida soberana refletir-se-ão nos juros também suportados por empresas e famílias”.

Fernando Medina refere ainda que “Portugal continuará empenhado numa estratégia de contas certas, traduzida numa marcada redução de dívida pública que visa proteger Portugal da incerteza global, e na promoção do potencial de crescimento da nossa economia”.

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