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De Buffet a Zuckerberg: estes multimilionários não vão deixar a herança aos filhos

Têm milhões na conta mas não os querem deixar aos filhos. Uns não “acreditam em dinheiro herdado”, outros “não os querem estragar”.
10 Abril 2019, 07h35

Educá-los para “o valor do trabalho” ou ensiná-los “a gerir o seu próprio dinheiro” são as duas principais razões que levam muitos milionários a não incluir os filhos na herança. Preferem “doá-la a instituições de solidariedade”, como confessou o ator e investidor Ashton Kutcher, cuja fortuna está avaliada em 177 milhões de euros, durante o ‘podcast’ Armchair Expert do também ator Dax Shepard. Mas há outros exemplos.

O cantor Elton John, que é pai de duas crianças adoptadas, acredita que a sua fortuna “lhes iria arruinar a vida” e que lhes vai deixar apenas “as condições mínimas de sustentabilidade”, segundo partilhou com o jornal britânico The Mirror em 2016.  O que sobrar, dos cerca de 443 milhões de euros que guarda nas contas, garante que vai doar a instituições de solidariedade. O músico inglês inspirou-se no exemplo do milionário Warren Bufffet, dono da holding Berkshire Hathaway, que planeia deixar (apenas) 1,7 mil milhões de euros aos três filhos. Os restantes 72,3 mil milhões de euros serão doados a instituições aquando da sua morte.

Já Kevin O’Leary, um dos rostos do programa de televisão ‘Shark Tank’, tem uma abordagem mais radical. “Não planeio deixar nada aos meus filhos. Eles sabem que assim que acabarem a sua formação, vão ter de sair de casa”, disse numa entrevista em 2013. O empresário, que é pai de Trevor e Savannah, explica porque é que nem sequer lhes vai comprar uma casa com os seus 354 milhões: “Se eles não começarem a vida com medo de não serem capazes de alimentar a sua família ou de ficar sem teto, o que os vai motivar a trabalhar e a arranjar um emprego? O medo motivou-me e também os vai motivar. E não há nada de errado nisto: toda a gente o faz e é extremamente saudável”. A par do empresário canadiano, o chef Gordon Ramsay também adopta uma posição rígida na educação dos seus quatro filhos. Além de não os deixar viajar em classe executiva quando vão de férias, o britânico garante que a sua fortuna, avaliada em mais 155 milhões de euros, não vai ficar para Matilda, Megan, Holly e Jack. Numa entrevista ao The Telegraph, o cozinheiro explica que os vai ajudar no início da vida, tendo acordado em lhes dar 25% do depósito inicial para a compra de uma casa. Até lá, e apesar de ter muitos milhões na conta corrente, os filhos vivem com uma semanada de 57 euros. “Não estou a ser mau. É para o bem deles. Não os quero estragar”, remata o chef ao jornal inglês.

O compositor Andrew Webber, conhecido pela banda sonora do ‘O Fantasma da Ópera’ e de ‘Gatos’, garante que “não acredita em dinheiro herdado” e por isso não vai distribuir a fortuna de 926 milhões de euros pelos seus cinco filhos. Em vez disso, o britânico de 71 anos quer investir em projetos e iniciativas musicais.

Outro exemplo é o de Mark Zuckerberg. O fundador do Facebook usou a rede social para anunciar que os filhos terão direito a apenas 1% da sua fortuna quando morrer, o que equivale a 650 milhões de euros. Na publicação, o empresário confessa que quer que o filho, Max, “cresça num mundo melhor que o nosso” e garante que está “a fazer a sua parte”. Depois desta partilha,  Zuckerberg e a mulher, Priscilla Chan, tiveram outra filha, August, nascida em 2017.

 

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