“Decidimos dar um voto de confiança à TAP”. Sindicato dos tripulantes esclarece motivos para cancelar greve

A direção do SNPVAC – Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil decidiu desconvocar a greve na TAP marcada para os dias 10, 11 e 12 de fevereiro.

“Decidimos dar um voto de confiança à TAP”, explicou Luciana Passo, presidente do SNPVAC ao Jornal Económico.

O Jornal Económico sabe que, ao fim de vários dias de negociações intensas, a administração da TAP “reconheceu que houve incumprimento” em diversas matérias reivindicadas pelos sindicato do pessoal de cabina, como as licenças de maternidade, os acidentes de trabalho ou os tempos de trabalho.

Foi assinado entre a administração da TAP e a direção do SNPVAC um protocolo que prevê a renegociação dessas matérias durante as próximas semanas.

O Jornal Económico sabe também que o acordo de empresa, que havia sido denunciado pela administração da TAP, se mantém em vigor, tendo o protocolo assinado entre as partes garantido que um novo acordo de empresa será negociado entre a TAP e o sindicato dos tripulantes até 31 de maio, passando a ter um tempo de vigência de 36 meses (três anos), automaticamente renovável por um período idêntico.

“O balanço destas negociações acabou com este resultado. As negociações correram com rapidez, com transparência e, pareceu-nos, com honestidade. Por isso, a direção decidiu dar a cara e dar um voto de confiança à empresa, que é isso que é preciso neste momento e que todos queremos”, explicou Luciana Passo, presidente do SNPVAC, em declarações ao Jornal Económico.

No entanto, a  presidente do sindicato dos tripulantes adverte: “é muito importante que continuemos em diálogo; vamos ver o que TAP vai fazer”.

A desconvocação da greve ocorreu há minutos depois de se ter realizado uma assembleia geral do SNPVAC, onde a direção do sindicato apresentou as novas propostas negociais da administração da TAP.

Desta forma, evita-se ‘in extremis’ uma greve marcada para o período das férias de Carnaval.

A desconvocação da greve ocorre um dias depois de Fernando Pinto ter deixado o cargo de CEO que ocupava há 17 anos, podendo ser considerada  primeira vitória do seu sucessor, Antonoaldo Neves.