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Decisores nas empresas têm de estar mais conscientes da inteligência artificial, diz responsável da Farfetch

Luís Carvalho, Senior Vice President of Technology da Farfetch, defendeu, na conferência “Liderar com Inteligência Artificial”, que o conhecimento resultante dos algoritmos têm de ser disseminado por toda a empresa.
14 Dezembro 2021, 14h25

Os responsáveis pelas áreas de negócios das empresas têm de estar conscientes da importância dos dados e da capacidade da inteligência artificial, pela capacidade que trem de impactar a atividade empresarial, defendeu Luís Carvalho, Senior Vice President of Technology da Farfetch, empresa global de matriz portuguesa especializada em comércio eletrónico.

Luís Carvalho participou na conferência “Liderar com Inteligência Artificial”, promovida pela Microsoft Portugal e de que o Jornal Económico é media partner, que foi transmitida esta terça-feira, 14 de dezembro.

“Os decisores, os executores do negócio não se podem abstrair da tecnologia”, afirmou Carvalho, defendendo que os dados e o conhecimento que estes podem gerar devem estar acessíveis em toda a organização.

“Inteligência artificial tem a ver com conhecimento. Se eu conseguir disseminar o conhecimento a todos os níveis [da empresa] e, principalmente, a nível das pessoas que usam o resultado dos algoritmos – que não são os engenheiros, não são os data scientists, são os líderes das áreas de negócio que usam esses algoritmos e usam essa tecnologia – [é positivo]”, disse, acrescentando que quem gere o negócio tem, também, vantagem em identificar problemas no algoritmo construído. “Têm conhecimento suficiente para perceberem inclusivamente se o algoritmo e o resultado em si tem bias [desvio ou preconceito], ou se não tem, se está a ser parcial, se está a ser injusto, porque esse conhecimento é maior a nível de negócio, porque quem domina uma área de commerce percebe”, afirmou.

Quebrar silos nas empresas

A conferência “Liderar com Inteligência Artificial” procurou conhecer o estado de desenvolvimento da inteligência artificial e os desafios que coloca às empresas e contou com a participação, além de Luís Carvalho, de Ricardo Chaves, Chief Commercial Officer da SIBS; e de Sandra Miranda Ferreira, Customer Success Lead da Microsoft Portugal.

Na mesma linha de Luís Carvalho, Sandra Miranda Ferreira defendeu a necessidade de as empresas estabelecerem uma cultura mais virada para os dados e para a utilização da inteligência artificial para poderem retirar conhecimento desses dados, mas também a democratização do acesso a esse conhecimento.

A inteligência artificial não é mais do que trabalhar melhor com dados. Costumamos dizer que todos nós, se não tivermos bons dados, se não tivermos um conjunto grande de dados, não conseguimos pôr [a funcionar] os algoritmos e a algoritmia associada, por exemplo, ao machine learning”, afirmou.

Para que essa cultura se estabeleça e para que tenha impacto, Sandra Ferreira postulou a transformação organizacional, para evitar a existência de departamentos-estanque ao nível dos dados. “Temos de quebrar silos de dados, deixar de funcionar como tradicionalmente muitas empresas ainda funcionam que é são os dados dos recursos humanos, os dados financeiros, os dados das vendas, os dados dos modelos de pricing, ou seja, no fundo, são silos de dados que tomam decisões dentro dessas áreas”, disse. “Quebrar silos de dados significa arranjar forma de proteger a privacidade e a segurança desses dados, para garantir que as pessoas certas tenham acesso aos dados certos, mas que conseguimos democratizar o uso dos dados e o acesso aos insights [conhecimentos]”, afirmou. “Portanto, quebrar silos, democratizar acesso aos insights. Quanto mais nós democratizarmos o acesso aos dados, mais a nossa organização consegue utilizá-los”, acrescentou.

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