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Declarações de Trump alarmam investidores. Wall Street ressente-se e fecha semana no ‘vermelho’

A insistência de Donald Trump num “acordo completo” com a China, e o desprezo por um “parcial”, causam insegurança nos investidores e Wall Street fecha em território negativo.
  • Reuters
20 Setembro 2019, 22h00

Durante o dia de hoje, 20 de setembro, Donald Trump revelou que as negociações com a China, com quem trava uma guerra comercial há mais de um ano e meio, avançaram mas não ainda não terminaram, admitindo que procura “entendimentos mais aprofundados”, e prevê que o acordo só aconteça em 2020.

“Estamos à procura de um acordo completo. Não queremos um acordo parcial”, alertou o Preidente dos EUA numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison. As declarações de Trump aliadas ao cancelamento da visita das autoridades agrícolas chinesas às fazendas de Montana agendada para a próxima semana, segundo avança a Reuters, causaram desconforto nos investidores e arrastaram a bolsa norte-americana para território negativo, depois de uma abertura animada.

No encerramento da sessão desta sexta-feira, o S&P 500 caiu 0,53% para 2.990,78 pontos, o tecnológico Nasdaq desceu 0,99% para 7.823,55 pontos e o industrial Dow Jones desvalorizou 0,59% para 26.934,60 pontos.

O Nasdaq 100 foi o índice com pior desempenhando, com uma desvalorização próxima dos 1%. A Xilinx, a Netflix e a Liberty Global C foram as cotadas que mais contribuíram para a queda do índice norte-americano.

A Netflix tombou quase 6% depois depois do seu fundador Reed Hastings ter alertado para o aumento da concorrência nos próximos meses devido ao lançamento de outras plataformas de streaming e conteúdos digitais, como as da Apple e da Disney.

Mas a queda da empresa de streaming norte-americana não foi a mais impressionante do índice tecnológico. A desvalorização da Xilinx ultrapassou os 6% depois do seu diretor financeiro, Lorenzo Flores, anunciar a sua saída para a Toshiba Memory.

Nos verdes, a Incyte lidera a lista com uma valorização muito próxima dos 4%. Na última apresentação de resultados trimestrais, que aconteceu em junho, a farmacêutica apresentou ganhos de 124% em relação ao mesmo período do ano passado. Seguiu-se a Regeneron Pharma (+3,45%) e a Align (+3,43%). Esta última, parece ter ganho a confiança dos investidores depois de ter fechado um acordo de distribuição global com a Zimmer Biomet Dental para os scanners interorais 3D da empresa.

O alargado S&P 500, além da Xilinx e da Netflix, surge a MSCI, empresa especialista em analises de risco, com um queda acima dos 4%. Do lado dos ganhos, a consultora norte-americana Gartner subiu 2,50%, a Dentsply, empresa de equipamentos dentários, cresceu 2,46% e a O’Reilly Automotive valorizou 2,29%.

Por fim, no industrial Dow Jones, a Intel foi o título com pior desempenho (-1,65%). Em causa estará uma analise da Susquehanna Financial onde refere que a empresa tecnológica está a perder mercado para a AMD.

Seguiu-se a Home Depot, uma cadeia de retalho norte-americana, com uma queda de 1,51%, depois de uma das suas lojas, localizada em Portland, ter sido palco de um tiroteio durante o dia de ontem, 19 de setembro.

A Merck&Co (+1,42%), a Dow (+1,20%) e a J&J (+1,18%) foram os títulos mais positivos do índice industrial.

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