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Deco alerta: Eletrodomésticos não são mais baratos nos outlets

As lojas que vendem eletrodomésticos com defeitos estéticos prometem descontos generosos entre os 12% e 65%. Mas, segundo a Deco, nem sempre a poupança é assim tão significativa e, por vezes, até paga mais.
23 Janeiro 2017, 13h29

A Deco Proteste alerta que as lojas que comercializam eletrodomésticos novos com pequenos defeitos estéticos (como uma mossa, um risco ou, simplesmente, sem embalagem) ou em fim de stock — os chamados outlets — anunciam descontos “irresistíveis”. Mas na altura de pagar as poupanças não são tão generosas. Tudo porque, os preços de referência dos aparelhos sem defeito afixados acabam por ser mais elevados, em alguns outlets, face aos praticados noutros espaços comerciais.

“De acordo com um estudo que conduzimos no final de outubro passado em seis destas lojas, abrangendo 142 produtos, os descontos prometidos, entre os 12% e os 65%, nem sempre correspondiam, na realidade, a poupanças tão generosas”, alerta a Deco Proteste, realçando que “em alguns casos, não significavam sequer que o cliente ficasse com mais alguns euros no bolso”.

Segundo o estudo, a Deco Proteste encontrou exemplos em que o consumidor pagava mais por um aparelho, optando por comprá-lo numa destas lojas e não num espaço comercial convencional, sem imperfeições. Dos 142 produtos com defeito estético analisados, 55 estavam mesmo a ser comercializados pelos outlets sem qualquer mais-valia para o cliente.

Explicação: a maioria dos outlets afixava o preço de venda dos produtos e, em simultâneo, indicava o valor dos mesmos modelos sem defeito. Para calcular o desconto, o consumidor só tinha de subtrair um valor ao outro. Mas, conclui a Deco Porteste, ”os eletrodomésticos sem defeito são comercializados a um custo que pode variar substancialmente”.

“É o que verificamos na pesquisa de preços que fazemos para os nossos tradicionais testes comparativos. Por exemplo, o frigorífico combinado que recebeu os títulos Melhor do Teste e Escolha Acertada tanto pode custar 629 euros como 900 euros nas lojas normais, dependendo do local onde for comprado”, detalha o estudo.

Assim, os preços de referência dos aparelhos sem defeito afixados em cinco outlets do estudo da Deco Proteste (uma das lojas não o fazia), a poupança média global anunciada era de 32%. Mas, ao comparar os valores praticados por todos os outlets com os preços mínimos a que foram encontrados os mesmos produtos sem problemas nas lojas comuns, esse valor desce, segundo o estudo, para uns bem menos atraentes 5%.

Consumidores iludidos?

“Não necessariamente. Tudo depende do valor de referência considerado para calcular o desconto”, responde a Deco Proteste.

Dos 142 produtos analisados, 87 (61%) estavam, de facto, a ser vendidos nos outlets a um preço inferior ao valor mínimo a que era possível adquiri-los, sem imperfeições, no mercado.

Para a Deco Proteste, a questão é o grau de “bom negócio” que estas compras podem significar. A poupança média determinada com base nos preços afixados para estes 87 aparelhos era de 34%. Mas, elegendo o preço mínimo de mercado como critério principal para aferir quanto era possível economizar, esse aforro caía para 13%

Ou seja, conclui o estudo, ”há descontos na maior parte das situações; podem é não ser tão apetitosos como aparentam”. Em média, por produto, esta poupança significava ficar com mais 68 euros na carteira, Mas, no caso de grandes eletrodomésticos, o dinheiro poupado podia atingir centenas de euros. A Deco Proteste calculou, por exemplo, uma poupança de  570 euros numa máquina de lavar roupa.

Não poupar nada em 55 aparelhos

De acordo com o estudo da Deco Proteste, em 55 casos o consumidor não ganhava mesmo nada, ao optar por comprar um eletrodoméstico num destes outlets.” Aliás, 48 aparelhos estavam 7% mais caros, em média, do que os mesmos produtos sem defeitos, tendo sempre como referencial o preço mais baixo encontrado para os mesmos”, frisa o estudo.

Entre estes, foram encontrados 19 eletrodomésticos, em que a fatura era 10 eurosmais dispendiosa e uma televisão que custava mais 260 euros. “No entanto, os outlets exibiam uns cativantes 29% de poupança média para este conjunto de 48 aparelhos”, alerta.

Também foram encontrados sete produtos, entre aspiradores, frigoríficos e máquinas de lavar roupa e loiça, que estavam a ser vendidos pelas lojas de desconto a um preço igual ao preço mínimo aos que estavam à venda sem defeito.

Deco recomenda: compare preços

Antes de comprar um eletrodoméstico numa loja outlet, a DECO Proteste considera ser “fundamental” fazer uma ronda pelo mercado para perceber quanto é que o produto sem defeito poderá custar.

“Se o consumidor tomar apenas em consideração o preço de referência afixado por alguns outlets, poderá ser induzido em erro. O montante indicado até pode ser real. Mas, tendo em conta a variação de preços no mercado, é possível que se consiga encontrar produtos sem defeito a um preço abaixo desse valor”, conclui o estudo.

Para este estudo, a Deco Proteste visitou as lojas Bom Preço (Amadora), BSHP Outlet (Oeiras), Eternobom (Leiria), Quase Bom (Pombal), Siterja (Mafra) e Worten Outlet (Coimbra).

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