A Suécia vai enviar uma delegação à Turquia para discutir as objeções de Tayyip Erdogan à entrada da Finlândia e da Suécia na NATO, segundo o “Independent”.
“Vamos enviar um grupo de diplomatas para realizar discussões e dialogar com a Turquia, para que possamos ver como isto pode ser resolvido e do que realmente se trata”, explicou o Ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist.
Na sexta-feira, o presidente turco surpreendeu os Estados-membros da Aliança Atlântica ao manifestar a sua oposição à adesão dos dois países à NATO, tendo justificado a sua posição com a alegação de que “os países escandinavos são casas de hóspedes para organizações terroristas”, fazendo alusão à PKK, classificado como uma organização terrorista pela Turquia, pela União Europeia e pelos EUA.
“Estamos a seguir cuidadosamente os desenvolvimentos relativos à Suécia e Finlândia, mas não somos de opinião favorável”, disse Recep Tayyip Erdogan aos jornalistas em Istambul, citado pelas agências AFP e AP.
Ontem, domingo, o secretário-geral da NATO pronunciou-se sobre a posição assumida pela Turquia em relação à vontade de Estocolmo e Helsínquia integrarem o grupo dos 30 Aliados.
“Estou confiante de que conseguiremos abordar as preocupações que a Turquia manifestou de forma a que adesão não seja atrasada”, comentou Jens Stoltenberg.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros português revelou que “a Turquia, a Finlândia e a Suécia estão num processo de diálogo para resolver as divergências”.
“Aquilo que aconteceu este domingo foi uma repetição, já entre nós — a 30 [e sem os chefes da diplomacia finlandesa e sueca] –, do apoio fortíssimo em relação à adesão da Finlândia e da Suécia e a própria Turquia diz que tem como objetivo que a Finlândia e a Suécia possam entrar, mas tem algumas preocupações e a Finlândia e a Suécia saberão como resolver as questões em aberto”, adiantou João Gomes Cravinho, que já havia afirmado esperar que os dois países integrem a Aliança até ao final do ano.
Contudo, no sábado, o porta-voz do presidente turco garantiu que Ancara “não fecha a porta” à entrada dos dois países nórdicos na Aliança, um processo que exige unanimidade de acordo com o Tratado do Atlântico Norte de 1949.
Na sequência da guerra na Ucrânia, a Finlândia e a Suécia iniciaram um debate sobre a adesão à NATO, que, a concretizar-se, significará o abandono da histórica posição de neutralidade dos dois países.
Na manhã de ontem, o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, anunciou oficialmente a vontade do país em aderir à NATO, uma decisão que deverá ser seguida pela Suécia em breve.
“Na Finlândia, ainda temos o procedimento parlamentar pela frente, mas acredito que o Parlamento vai debater esta decisão histórica com determinação e responsabilidade”, disse a primeira-ministra Sanna Marin.
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