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Demissão de Boris Johnson. Quem o pode substituir?

O primeiro-ministro britânico está numa posição política muito sensível e a possibilidade de renunciar ou ser afastado está bem viva, pelo que importa conhecer os candidatos à sucessão.
6 Julho 2022, 12h08

Boris Johnson está a atravessar uma das mais greves crises políticas enquanto primeiro-ministro britânico. O chefe de governo do Reino Unido recusa apresentar a demissão, mesmo depois de dois ministros se terem demitido do governo, alegando perda de confiança no primeiro-ministro, depois de este ser forçado a reconhecer que teve de alterar a forma como abordou as alegações de comportamentos impróprios de natureza sexual.

Foi nomeado o ministro da Educação, Nadhim Zahawi, para o cargo de ministro das Finanças, em substituição do demissionário Rishi Sunak. Também Sajid Javid, ministro da Saúde deixou o executivo e foi substituído por Steve Barclay, até agora responsável pela coordenação do governo.

Além de Rishi Sunak e Sajid Javid, também o secretário de Estado para a Infância e Família do governo britânico. Will Quince anunciou a sua demissão, bem como a assessora do Ministério dos Transportes, Laura Trott, que decidiu renunciar ao cargo e ainda John Glen, secretário de Estado do Tesouro.

Na origem destas demissões está o mais recente escândalo sexual a envolver o ex-deputado do Partido Conservador Chris Pincher, acusado de ter apalpado dois homens.

No entanto, e apesar de Boris Johnson recusar demitir-se, existem alguns candidatos à possível sucessão do primeiro ministro, que foram reunidos numa lista pela “Reuters” e que aqui apresentamos.

Liz Truss

A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica tem grande estatuto no Partido Conservador, uma imagem publica cuidadosamente cultivada. No ano passado, foi fotografada num taque, com uma pose que fez as memórias recuarem até 1986, quando Margaret Thatcher, então primeira-ministra, fez uma pose muito idêntica.

Defensora do Brexit, foi fundamental nas negociações entre o Reino Unido e a União Europeia.

Na segunda-feira declarou “100% de apoio” a Boris Johnson e pediu o mesmo aos colegas.

Jeremy Hunt

Depois de ter sido secretário de estado da Saúde e secretário de estado dos Negócios Estrangeiros, terminou em segundo lugar a disputa pela liderança do partido, em 2019, perdendo para Boris Johnson.

No início deste ano assumiu que a ambição de ser líder de governo “não desapareceu completamente” e no mês passado propôs um voto de censura ao atual primeiro ministro, voltando a perder, mas por uma pequena margem.

Ben Wallace

O ministro da Defesa, de 52 anos, tem ganho popularidade nos últimos meses, entre os membros do Partido Conservador, devido à forma como tem abordado a guerra na Ucrânia, de acordo com o portal “Conservative Home”.

Foi soldado, tendo servido na Irlanda do Norte, Alemanha, Chipre e América Central, até ter começado uma carreira na política.

Foi membro da assembleia da Escócia e em 2005 foi eleito para Westminster. Desde 2016, esteve no cargo de ministro da Segurança e três anos depois assumiu o cargo que ocupa até hoje. Ganhou créditos pela evacuação de britânicos e aliados que estavam no Afeganistão, no ano passado e, já este ano, pelo envio de tropas para a Ucrânia.

Rishi Sunak

Abandonou o cargo de ministro das Finanças na terça-feira, lembrando que “o público esperava que a governação fosse conduzida de forma adequada, competente e séria. Até ao ano passado, Sunak era o favorito para a sucessão.

Foi elogiado pelo uso do pacote de resgate da economia durante a pandemia, com a criação de um programa de retenção de empregos que evitou um aumento massivo do desemprego.

Ainda assim, esteve sujeito a críticas por não dar às famílias os apoios que muitos esperavam, por a sua esposa não ter domicílio nos registos fiscais e por violar as regras de confinamento durante a pandemia.

Gerou a maior carga fiscal do país desde 1950, contra as suas garantias de que iria procurar baixar os impostos.

Sajid Javid

Admirador confesso de Margaret Thatcher, Javid terminou na quarta posição a corrida para substituir a antiga primeira-minstra Theresa May, em 2019.

Ocupou vários cargos políticos e foi o primeiro a afastar-se depois de acusações de que Boris Johnson teria mentido sobre o conhecimento que tinha acerca de alegações de assédio sexual contra um membro do Partido Conservador, em 2020.

Nadhim Zahawi

Depois de ter sido ministro da educação, o novo ministro da Finanças referiu na última semana que seria um “privilégio” ocupar o cargo de primeiro-ministro.

Zahawi surpreendeu enquanto ministro da vacinação, quando o Reino Unido conseguiu ser um dos países mais rápidos do mundo a vacinar a sua população contra a Covid-19.

Tem uma história de vida muito diferente dos outros candidatos ao lugar, depois de ter chegado à Grã-Bretanha quando era criança, como refugiado do Iraque.

Penny Mordaunt

A antiga secretária de estado da Defesa foi demitida por Boris Johnson quando este se tornou líder do governo, já que apoiou Hunt na corrida à liderança do partido.

Apoiava a saída da União Europeia e criticou os políticos que violaram as regras do confinamento – incluindo o primeiro ministro -, dizendo que o eleitorado esperava ver maior “profissionalismo e competência” da parte do governo.

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