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Demissão Marta Temido. PSD afirma que decisão é tardia e não muda nada (com áudio)

“Infelizmente, foi preciso que morresse uma mãe que não teve acesso às urgências no maior hospital do país, para que a ministra se demitisse e para que António Costa tomasse uma decisão”, afirmou em conferência de imprensa o vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz.
30 Agosto 2022, 10h39

O vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, disse que a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, apresentada esta madrugada, foi tardia e que, “infelizmente, foi preciso que morresse uma mãe que não teve acesso às urgências”. Para os sociais democratas, a decisão não altera nada a menos que Costa opte por alterar o rumo das políticas de saúde para o país.

Temido levou a cabo uma política “em que o custo cresceu mas em que a qualidade do serviço em muito diminuiu. Foram gastos milhões e milhões de euros, mas as urgências estão fechadas, as consultas, exames e operações adiadas. Os profissionais de Saúde debandam do Serviço Nacional de Saúde”, indicou em conferência de imprensa.

“Este Governo, pela mão de Marta Temido — mas sempre com a concordância do primeiro-ministro António Costa — criou um caos nas urgências de obstetrícia. Uma situação absolutamente vergonhosa obrigou que grávidas fizessem centenas de quilómetros para dar à luz, levou a um aumento da mortalidade infantil e gerou um medo nos jovens casais com a expetativa de uma maternidade ameaçada. Infelizmente, foi preciso que morresse uma mãe que não teve acesso às urgências no maior hospital do país, para que a ministra se demitisse e para que António Costa tomasse uma decisão”, afirmou.

Pinto Luz descreveu Temido como “uma ministra que não soube dialogar com médicos, enfermeiros ou qualquer outro profissional de saúde; que não soube distinguir o que eram as suas convicções pessoais e as verdadeiras necessidades dos portugueses; que meteu sempre a ideologia à frente daquilo que era mais importante: a saúde dos portugueses, dos nossos concidadãos”.

“[Marta Temido] está longe de ficar nas boas memórias dos portugueses, mas infelizmente as suas políticas terão impacto no curto, médio e longo prazo. Esta ministra sai pouco depois de apontar decisões nos anos 80 como culpadas do estado da Saúde no nosso país, querendo quase fazer questão que o atual Governo está em funções há sete anos, mas que nada fez para resolver os problemas na Saúde”, continua.

A decisão já veio tarde, na visão do PSD. “O que fará António Costa? Mudará o rumo em termos de políticas de Saúde? É a pergunta que importa colocar neste momento ao primeiro-ministro”, rematou. “Ou vai apenas mudar de ministro?”.

Para os sociais democratas, é urgente uma alteração da política de Saúde em Portugal focado no serviço aos portugueses. “O PSD está disponível para criar uma visão a 20, 30, 40 anos para o SNS. É, para isso, urgente que se mude o rumo, que se utilize toda a capacidade instalada no nosso país”, em conjunto e em diálogo com os profissionais de saúde e parceiros.

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