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Depois das ruas, Macron regressa com as reformas nas áreas sociais

A semana será de forte tensão: novos dias de greve estão marcados para terça e quinta-feira. A meio, na quarta, o governo de Emmanuel Macron tentará convencer o país que as reformas do governo são boas e inevitáveis.
9 Dezembro 2019, 07h21

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, disse este fim-de-semana em entrevista televisiva que está “determinado” em levar a reforma da segurança social “até o fim”, porque “se não fizermos essa reforma profunda, séria e progressista hoje, alguém fará uma reforma brutal amanhã”.

O anúncio surge ao cabo de vários dias de greve que afetaram os mais diversos setores em França e serviram fundamentalmente para avaliar a força do governo do presidente Emmanuel Macron e a determinação do executivo em avançar com um conjunto de reformas que os gauleses recusam e que até agora nenhum governo teve a determinação suficiente para impor.

Segundo avança a imprensa francesa, o setor dos transportes ficará novamente paralisado esta segunda-feira, devido à greve nas empresas de comboios e do metro. Mas o governo está determinado a avançar: isso mesmo ficou óbvio quando Emmanuel Macron, Edouard Philippe e vários ministros marcaram para ontem à noite uma reunião de emergência para gerir a próxima semana política.

Hoje ao almoço há um importante encontro no Palácio do Eliseu, onde estarão, para além de Macron e Philippe, o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, o presidente do Republique en Marche (o partido de Macron) e vários altos responsáveis do partido, e os ministros Agnès Buzyn (Solidariedade), Jean-Paul Delevoye (Pensões), Gérald Darmanin (Contas Públicas) e Bruno Le Maire (Economia).

Os sindicatos fazem o mesmo finca-pé: não encaram nenhuma hipótese de aceitarem as reformas pretendidas por Macron, e já fizeram saber que as greves e a agitação das ruas são para continuar. A mobilização – que desde 5 de dezembro já levou às ruas cerca de 800 mil manifestantes – é de longo prazo, dizem os sindicatos. Este sábado teve lugar uma marcha contra o desemprego e a precariedade, onde se encontravam também ‘coletes amarelos’.

Um segundo dia de greves e manifestações está agendado para amanhã, terça-feira 10 de dezembro, é os sindicatos afirmam que novo dia de protestos pode ser preparado para a quinta-feira seguinte.

Na quarta-feira, 11 de dezembro, Philippe apresentará os detalhes do seu novo plano para a reforma das pensões. “Seremos capazes de fornecer respostas extremamente positivas para muitas pessoas que sofrem injustiças no sistema atual: mulheres, agricultores e pessoas com dificuldades” , assegurou. “Não acho que seja com a CGT [sindicato desde sempre ligado aos comunistas] que encontraremos a saída para este conflito” , mas “existem propostas dos sindicatos … são essas propostas a que o primeiro-ministro responderá na quarta-feira”, disse no domingo a ministra da Transição Ecológica, Elizabeth Borne, citada por vários jornais.

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